Política

Mão pesada para incendiários tem sido bandeira do Chega: ex-mandatário é agora suspeito de ter ateado fogos

Chega tem defendido mão pesada para os incendiários, incluindo penas de prisão que podem ir até 25 anos. André Ventura também defende que devem ser equiparados a terroristas.

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A luta do Chega contra os incendiários já tem alguns anos e é bandeira de Ventura desde 2020, altura deputado único no Parlamento. O partido insiste que aqueles que ateiam fogos devem ser equiparados a terroristas. 

O que, provavelmente, André Ventura não esperava era que um mandatário do Chega fosse apanhado em flagrante delito a atear um incêndio. Marco Silva, mandatário da candidatura do Chega à Câmara de Vendas Novas, foi detido esta quinta-feira pela GNR por suspeitas de ter ateado focos de incêndio junto à Estrada Municipal 530 (EM530), no concelho de Montemor-o-Novo, distrito de Évora.

Este verão, os deputados do Chega anunciaram que iam doar parte do salário de setembro às vítimas dos incêndios, uma medida elogiada nas redes sociais pelo mandatário agora detido. O partido tem também pedido em penas de prisão pesadas para os incendiários, que podem chegar aos 25 anos.

Nos incêndios deste verão, o Chega publicou nas redes sociais imagens de André Ventura no combate aos fogos. O vídeo, com música de fundo e com o objetivo de mostrar ação, foi criticado pelo PSD, que acusou André Ventura de apagar fogos que já estavam extintos. 

Jorge Alcobia Pereira, candidato do Chega à Câmara de Vendas Novas, disse que Marco Silva "já não está a exercer o cargo" de mandatário porque "quis sair há algum tempo".

"Não pertencia às listas e nem temos já contacto nenhum com ele", acrescentou.

Segundo o candidato do Chega à Câmara de Vendas Novas, Marco Silva informou a candidatura de que pretendia sair do partido.

Nas anteriores eleições autárquicas, realizadas em 2021, Marco Silva foi o cabeça de lista do Chega à Câmara de Vendas Novas, sem ser eleito, e também já foi coordenador daquela concelhia do partido.