Política

Montenegro fala em confusão com medidas para habitação e diz que Governo quer "igualdade de oportunidades"

O primeiro-ministro frisou que, se é preciso por todo o país garantir "as mesmas oportunidades que há em Lisboa e no Porto", também é preciso o contrário no caso da habitação.

Montenegro fala em confusão com medidas para habitação e diz que Governo quer "igualdade de oportunidades"
JOSÉ COELHO/LUSA

Luís Montenegro admite que as medidas do Governo na área da habitação têm causado "muita confusão", mas defende que visam dar "igualdade de oportunidades" aos que vivem nas zonas de maior pressão, como Lisboa ou Porto. 

O presidente do PSD falava num almoço-comício em Aveiro, ao lado do candidato do PSD/CDS-PP/PPM à Câmara, Luís Souto Miranda, onde também estiveram o presidente da distrital e secretário de Estado Emídio Sousa e o secretário de Estado da Administração Local, Silvério Regalado. Montenegro aproveitou para, tal como fez na sexta-feira em Esposende, tentar esclarecer os tetos máximos que o Governo aprovou na quinta-feira para que a construção possa beneficiar de IVA reduzido a 6%: em casas para vender até 648 mil euros ou para arrendar até 2.300 euros. 

"Eu sei que isto está a causar muita confusão e eu acho que é muito bom que da confusão nasça o esclarecimento e da confusão nasça a adesão do povo português para um princípio de solidariedade que muitas vezes reclamamos, e bem, para todos aqueles que vivem fora de Lisboa e do Porto", afirmou. 

O primeiro-ministro frisou que, se é preciso por todo o país garantir "as mesmas oportunidades que há em Lisboa e no Porto", também é preciso o contrário no caso da habitação. 

"Há ou não há nas grandes áreas urbanas de Lisboa e do Porto, também da Península de Setúbal, também no Algarve e também um bocadinho em Aveiro, um bocadinho em Braga e um bocadinho em Leiria, famílias de pessoas trabalhadoras essenciais à nossa dinâmica comunitária, social e económica que estão constrangidos pela inacessibilidade ao mercado de arrendamento e portanto não estão a ser direcionados e a manterem-se nestas geografias?", questionou. 

Montenegro assinalou que é nestas zonas onde o preço da habitação é mais elevado que se sente mais a falta de médicos, professores, policiais e outros profissionais necessários para manter as urgências abertas ou criar mais vagas para creches e pré-escolar. 

preciso ter coragem de dizer ao país que, por um lado, fora de Lisboa e do Porto, todos têm de ter oportunidades. Por outro lado, em Lisboa e no Porto, também todos têm de ter oportunidades. E é isto que nós estamos a fazer", afirmou. 

Por outro lado, assegurou que o Governo não pretende excluir de apoios os que têm necessidades sociais maiores. 

"A sociedade não progride se nós apenas nos direcionarmos para as políticas sociais destinadas a trazer aqueles que estão numa situação de vulnerabilidade", avisou. 

"É preciso dar força ao primeiro-ministro"

Antes, o candidato Luís Souto Miranda tinha saudado Montenegro pela "coragem de fazer uma reforma tranquila", quer na área da habitação quer no combate à burocracia, considerando que o primeiro-ministro deu um sinal de confiança nos autarcas ao levar alguns para o Governo. 

preciso dar força ao nosso primeiro-ministro para reformar este país", apelou, e avisou que, em Aveiro, está a ser construída uma "coligação negativa entre PS e Chega, já ensaiada no país". 

Antes do almoço, o atual presidente da Câmara, Ribau Esteves, que já atingiu o limite de mandatos e não se pode recandidatar, acompanhou uma arruada do candidato e do líder do PSD pelo centro da cidade, e deixou algumas palavras de incentivo. "Luís, a tua energia é muito importante para esta quinzena que temos pela frente. A mobilização de cada um de nós e de todos aqueles que conhecemos é fundamental para que no dia 12 não tenhamos nenhuma retroescavadora a entrar pela nossa terra dentro", disse, numa aparente referência à possibilidade de o PS poder recuperar esta autarquia. 

Para além de Luís Souto Miranda (PSD/CDS-PP/PPM), concorrem às eleições autárquicas em Aveiro o seu irmão, Alberto Souto (PS) - que já foi presidente da Câmara entre 1998 e 2005 - Miguel Gomes (IL), Isabel Tavares (CDU), Bruno Fonseca (Livre), Diogo Machado (Chega), Paulo Alves (Nós, Cidadãos!), Ana Rita Moreira (PAN) e João Moniz (BE).As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.