O primeiro-ministro português, António Costa, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, apelaram esta segunda-feira a que se aprofundem as relações económicas entre Portugal e a Alemanha, defendendo que o seu “potencial é enorme”.
Num discurso no auditório do Pavilhão de Portugal na feira de Hannover, que escolheu este ano Portugal como país parceiro, António Costa realçou que mais de 600 empresas alemãs já estão a produzir e a inovar em Portugal, sendo o país germânico a terceira maior destinação de exportações portuguesas.
“Mas o potencial para aprofundar ainda mais os nossos laços é enorme, e a nossa presença aqui enquanto país parceiro mostra a nossa confiança mútua em parcerias futuras”, afirmou o primeiro-ministro, num discurso em inglês.
O chefe do executivo referiu que, numa altura em que a Europa está a relocalizar uma parte da sua produção novamente para o continente, “Portugal é o sítio para se adquirir equipamento e ‘inputs’ industriais para investir e para inovar”.
“Neste momento, com as transições climática e digital, Portugal é o país para fazerem crescer os vossos negócios de uma maneira verde e digital”, disse António Costa, dirigindo-se aos empresários alemães presentes na plateia.
Costa sublinhou que Portugal é um dos países mais seguros no planeta e tem a terceira maior taxa de licenciados em engenharia na Europa, abordando ainda o setor energético para referir que 58% da eletricidade portuguesa é baseada em energias renováveis, estando Portugal comprometido em aumentar essa taxa para 80% até 2026.
“Também temos uma conectividade digital de ponta, com novos cabos submarinos a ligarem Portugal e a Europa à América do Sul, África do Sul e, brevemente, à Ásia. As nossas companhias trazem consigo o ‘know how’, tecnologia e experiência em áreas chave para o futuro da Europa”, frisou o primeiro-ministro.
Intervindo depois de António Costa, Olaf Scholz mostrou-se muito contente com o facto de Portugal ser o país parceiro da feira.
“António, o teu Governo, em particular, investiu imenso no apoio ao potencial inovador de Portugal, com grandes investigações a serem conduzidas em Portugal. Localizar o Fraunhofer Institute em Portugal, por exemplo, foi um grande sucesso”, sublinhou.
À semelhança de Costa, o chanceler alemão referiu que cerca de 600 empresas alemãs estão a fazer negócios atualmente em Portugal, desde grandes empresas a pequenas e médias empresas.
“Eu espero que, nesta feira, todos irão aproveitar a oportunidade para aprofundar ainda mais as relações económicas entre a Alemanha e Portugal. António, estou ansioso para que façamos uma volta juntos, para vermos os produtos novos e as invocações que representam a coluna vertebral da transformação industrial em curso”, frisou Scholz.
Depois destes breves discursos, António Costa fez uma visita com Scholz a alguns ‘stands’ nacionais que marcam presença na feira de Hannover, designadamente aos ‘stands’ da Simoldes, do Centimfe, da Adira e da TSF.
Nesta deslocação, Costa encontra-se acompanhado pelo ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, pelo secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves, pelo secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, e pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba.
Com o ‘slogan’ “Portugal faz sentido”, a Hannover Messe’22, considerada a maior feira de indústria do mundo começa hoje e termina na quinta-feira, tendo escolhido Portugal como país parceiro para a edição deste ano.
Segundo o gabinete do primeiro-ministro, 109 empresas portuguesas irão participar no certame, desenvolvendo atividades nas áreas de soluções de engenharia, soluções de energia e ecossistemas digitais.
SAIBA MAIS
- António Costa em Hannover: “Portugal é o parceiro comercial certo” para transição verde e digital
- “Alemanha é o nosso terceiro mercado de exportação”, afirma António Costa
- António Costa diz que Portugal é “destino certo” na atual conjuntura internacional
- Relatório de Segurança Interna: “Portugal continua a ser um dos países mais seguros do mundo”, garante António Costa