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Presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia diz que “foi feita justiça” no caso Selminho

Eduardo Vítor Rodrigues disse ainda que Rui Moreira passou “pela angústia de toda esta suspeição pública”, mas sai “mais forte e com renovada confiança”, destacando que “foi feita justiça”.

Presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia diz que “foi feita justiça” no caso Selminho

O presidente da Câmara de Vila Nova Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, disse, na sua página de Facebook, que fica “feliz” com a absolvição de Rui Moreira e que “foi feita justiça” no processo Selminho.

“Fico feliz com a tua absolvição, Rui Moreira. Quem te conhece, facilmente perceberia que o desfecho seria este”, afirmou o socialista, numa publicação na sua página na rede social Facebook.

Eduardo Vítor Rodrigues disse ainda que o independente Rui Moreira passou “pela angústia de toda esta suspeição pública”, mas sai “mais forte e com renovada confiança”, destacando que “foi feita justiça”.

Rui Moreira absolvido no processo Selminho

 O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, foi absolvido no processo Selminho, no qual estava acusado de prevaricação por favorecer a imobiliária da família, de que era sócio, em detrimento do município portuense.

Na leitura do acórdão, que decorreu no Tribunal de São João Novo, no Porto, a presidente do coletivo de juízes, Ângela Reguengo, disse que, em julgamento, não ficou provado que o autarca tenha dado instruções ou agido com o propósito de beneficiar a Selminho.

Segundo a juíza, também não ficaram provados os factos ilícitos que constam da acusação do Ministério Público (MP), que, nas alegações finais, tinha pedido a condenação do autarca a uma pena suspensa e à perda deste mandato.

Após a leitura do acórdão, o procurador Luís Carvalho pediu a palavra à juíza presidente, dizendo “não se conformar” com a decisão, razão pela qual anunciou que vai interpor recurso para o Tribunal da Relação do Porto.

Rui Moreira estava acusado de prevaricação, por favorecer a imobiliária da família (Selminho), da qual era sócio, em prejuízo do município do Porto, no litígio judicial que opunha a autarquia à imobiliária, que pretendia construir um edifício de apartamentos num terreno na Calçada da Arrábida.

O acordo entre o município e a Selminho, assinado em 24 de julho de 2014, previa o reconhecimento da edificabilidade do terreno em causa, por alteração do Plano Diretor Municipal (PDM), ou, se isso não fosse possível, indemnizar a imobiliária num valor a ser definido em tribunal arbitral, caso houvesse lugar ao eventual pagamento de indemnização.

O procurador do MP Luís Carvalho sustentou nas alegações finais que, desde 2005, houve uma “via-sacra da Selminho” para que fosse atribuída capacidade edificativa ao terreno em causa, sublinhando que, até à tomada de posse de Rui Moreira (2013) como presidente da Câmara do Porto, essa pretensão da imobiliária nunca foi “satisfeita” por parte do município.

Já o advogado Tiago Rodrigues Bastos acusou o procurador do MP de fazer “um ataque indescritível à honra” do presidente da Câmara do Porto, considerando que, em julgamento, ficou provado que o autarca “não teve qualquer intervenção” no processo Selminho.

Comete o crime de prevaricação o titular de cargo político que, conscientemente, conduza ou decida contra direito um processo em que intervenha no exercício das suas funções, com a intenção de, por essa forma, prejudicar ou beneficiar alguém.

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