O PS quer uma comissão eventual para apurar o que aconteceu com os refugiados ucranianos acolhidos em Setúbal por russos. A proposta socialista foi acompanhada pelos partidos da oposição depois de a Assembleia Municipal ter chumbado duas moções de censura, do PS e do PSD.
A comissão eventual que o PS propôs, e que os partidos da oposição na assembleia municipal de Setúbal subscreveram, deverá fiscalizar a ação de todos os envolvidos no processo de acolhimento de ucranianos
por cidadãos russos com alegadas ligações ao Kremlin.
Os socialistas reafirmam a necessidade de um escrutínio que compete à Assembleia Municipal e que deverá trazer respostas para a presença de Igor Kashin no atendimento, a legalidade de fotocopiar documentos ou a garantia de que os dados estão arquivados sem qualquer quebra de proteção.
O PS quer ainda saber se a autarquia já abriu uma auditoria e espera que, com a criação da comissão eventual, seja possível apurar a verdade.
A Assembleia Municipal tinha já chumbado duas moções de censura ao executivo camarário. A moção socialista visava a receção aos refugiados , mas também a censura da gestão autárquica. A do PSD pedia a demissão do presidente da autarquia de Setúbal, André Martins, da CDU.
A Assembleia reuniu esta terça-feira, dia em que a Polícia Judiciária fez buscas na Câmara Municipal, no gabinete da autarquia de apoio a refugiados que funcionava no Mercado do Livramento em Setúbal e também na associação dos imigrantes de leste.
Em causa estão três crimes previstos na Lei de Proteção de Dados: a utilização de dados de forma incompatível com a finalidade da recolha, o acesso indevido e o desvio de dados.