O INEM está a ser acusado de mentir em relação às consequências do ataque informático à Vodafone. Os técnicos de emergência médica e os de Emergência Pré-Hospitalar dizem que os serviços nunca estiveram 100% assegurados.
O plano de contingência do INEM foi ativado horas depois do ataque informático à Vodafone.
Nessa mesma noite, de terça-feira, o Instituto Nacional de Emergência Médica recorreu à rede do Estado – o SIRESP – para ativar meios e falar com as corporações dos bombeiros.
Em comunicado e nas redes sociais, o INEM garantiu que as chamadas telefónicas, através do 112, estavam sempre asseguradas e que não houve qualquer anomalia. Algo com que os técnicos de emergência médica e os de Emergência Pré-Hospitalar não concordam e acusam o INEM de faltar à verdade.
Em comunicado, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar insiste que o plano de contingência não funcionou na totalidade. Diz que as chamadas foram reencaminhadas mas que o envio de registos clínicos de vários doentes ficou comprometido, ficando por validar alguns protocolos, como em caso de enfarte.
À semelhança do sindicato, a Associação Nacional de Emergência Médica também refere que os profissionais tiveram de usar os telemóveis pessoais para comunicar com as equipas no terreno.
Num comunicado, enviado às redações, a associação diz que o INEM falhou aparentemente à verdade e defende a abertura de um processo para averiguar o que realmente aconteceu.
Contactado pela SIC, o INEM diz não compreender as críticas e garante que o serviço de socorro nunca esteve em risco.
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