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Urgências de obstetrícia de Braga encerradas na sexta-feira e domingo

Já o serviço de urgência de Obstetrícia do Barreiro-Montijo estão encerradas esta noite tal como as de Portalegre

Urgências de obstetrícia de Braga encerradas na sexta-feira e domingo

As urgências de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Braga vão estar encerradas entre as 08:00 de sexta-feira e as 08:00 de sábado e desde as 08:00 de domingo até às 08:00 de segunda-feira, divulgou esta quarta-feira a administração.

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Em comunicado, o Conselho de Administração do Hospital de Braga explicou que o encerramento se deve à “impossibilidade de se completarem as escalas de trabalho necessárias”.

“O Conselho de Administração ressalva que envida diariamente todos os esforços com a finalidade de, sobretudo, manter assegurada a prestação de cuidados de saúde de forma regular às grávidas e parturientes da região”, refere ainda na nota, onde lamenta “o transtorno”.

O Hospital de Braga está também a trabalhar de forma articulada com outros hospitais da região, de forma a que a resposta aos utentes seja garantida pela rede de instituições do Serviço Nacional de Saúde, pode ler-se.

Saíram cinco médicos obstetras desde outubro do ano passado

Desde outubro de 2021, o Hospital de Braga registou a saída, por aposentação ou rescisão, de cinco médicos obstetras, não tendo registado nenhuma entrada, referiu na quarta-feira à Lusa fonte da administração.

Segundo a fonte, o hospital tem “sinalizada a necessidade de contratação de médicos daquela especialidade, não tendo o número de recém-especialistas acompanhado esta necessidade”.

No domingo, o Hospital de Braga fechou, durante 24 horas, a urgência de obstetrícia, “pela impossibilidade de completar escalas”.

Urgências de Obstetrícia do Barreiro-Montijo encerradas esta noite tal como as de Portalegre

As urgências de Ginecologia/Obstetrícia do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo (CHBM) vão estar encerradas entre as 21:00 desta quinta-feira e até 09:00 de sexta-feira, prevendo-se também “constrangimentos” nas urgências de Pediatria do Hospital de Torres Vedras.

Também até às 08:00 desta quinta-feira, as utentes de ginecologia e obstetrícia que cheguem em ambulância ao Amadora-Sintra serão reencaminhadas para outros hospitais de Lisboa.

Na terça-feira, a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) já tinha anunciado que as urgências de Obstetrícia do hospital de Portalegre iriam encerrar a partir das 05:00 de quarta-feira e até às 08:00 de sexta-feira.

Segundo um comunicado da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) divulgado na quarta-feira, “as urgências de Ginecologia/Obstetrícia do Centro Hospitalar Barreiro Montijo [CHBM] vão estar encerradas” entre as 21:00 de quinta-feira e as 09:00 de sexta-feira.

As grávidas devem, assim, “dirigir-se/serão encaminhadas para outras unidades da rede”, nomeadamente para o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) e para o Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, assim como para as maternidades da cidade de Lisboa que, no referido período, estarão a funcionar com normalidade, lia-se na nota.

Nos próximos dias “poderão existir limitações em alguns hospitais”

A urgência de Ginecologia e Obstetrícia do hospital do Barreiro-Montijo já esteve encerrada entre as 20:00 de segunda-feira e as 08:00 de terça-feira.

Na nota, a ARSLVT indicava também que, nos próximos dias, “poderão existir limitações em alguns hospitais, com desvios da urgência externa de Obstetrícia/Ginecologia para outras unidades da região, que assegurarão a resposta do SNS [Serviço Nacional de Saúde] e o seu funcionamento em rede”.

Também na quarta-feira, fonte do Hospital Amadora-Sintra confirmou à Lusa que foi solicitado ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU/INEM) o reencaminhamento, entre as 20:00 desse dia e as 08:00 desta quinta-feira, de utentes de ginecologia e obstetrícia para outros hospitais da região de Lisboa, “assegurando a resposta em rede dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde”.

No entanto, segundo a mesma fonte, o estabelecimento hospitalar “permanecerá em funcionamento, assegurando os cuidados necessários a doentes urgentes/emergentes que compareçam na unidade” pelos seus próprios meios.

A maternidade do hospital não está encerrada e não encerrará, mas o serviço de urgência para ginecologia e obstetrícia estará condicionado, acrescentou.

Igualmente na quarta-feira, o Centro Hospitalar do Oeste admitiu a existência de constrangimentos nas urgências do Hospital de Torres Vedras e considerou “previsível que venham a ocorrer alguns constrangimentos na Urgência de Pediatria da Unidade, na noite de 16 de junho”.

Primeiro-ministro fala em “problemas estruturais” e reconhece “situação grave”

O primeiro-ministro, António Costa, reafirmou, esta quarta-feira, que o encerramento de urgências é uma “situação grave” e reconheceu que há problemas “estruturais” que têm de ter uma resposta.

Pelo quinto dia consecutivo há hospitais a anunciar o fecho de urgências de obstetrícia e ginecologia. O caso mais recente é o Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, onde o serviço de obstetrícia encerra na quinta-feira à noite e só reabre na sexta-feira.

Governo autoriza abertura de 1.639 vagas para médicos especialistas

O Governo autorizou a abertura de 1.639 vagas para médicos especialistas, 432 na área de medicina geral e familiar, 25 de saúde pública e 1182 na área hospitalar, refere um despacho publicado esta quarta-feira em Diário da República.

A ministra da Saúde tinha anunciado antes a abertura de cerca de 1.600 vagas para colocação de médicos recém-especialistas, das quais 50 na especialidade de ginecologia/obstetrícia.

Marta Temido falava em conferência de imprensa no Ministério da Saúde, em Lisboa, que serviu para apresentar as medidas do Governo na sequência do encerramento de urgências de ginecologia e obstetrícia de hospitais de vários pontos do país nos últimos dias, por dificuldades em assegurar escalas de médicos.

De acordo com Marta Temido, as vagas agora publicadas permitirão a “solução de alguns problemas” ao nível dos médicos do SNS, mas também o “início de projetos profissionais que sejam interessantes para quem os integra e úteis para o país”.

A ministra da saúde garantiu ainda que o governo está “empenhado” em contrariar o “fenómeno da dependência” das unidades do SNS das empresas prestadoras de serviços na área médica, alegando que essa é “uma entorse que tem de ser corrigida”.

Segundo a governante, a melhoria da capacidade formativa do país é essencial para dar resposta à falta de médicos em especialidades como ginecologia e obstetrícia, mas recrutar e formar especialistas no estrangeiro também está em cima da mesa.