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“Vim aqui hoje assistir a esta desilusão”, lamenta lesado do BES

Primeira sessão da fase instrução do caso BES marcada para hoje foi adiada.

“Vim aqui hoje assistir a esta desilusão”, lamenta lesado do BES


O início da fase de instrução do processo BES/GES, que estava previsto para hoje, às 14:00, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, foi adiado para 29 de março. O juiz Ivo Rosa está de baixa a partir de hoje e por tempo indeterminado.

“É lamentável esta situação porque estamos há tantos anos à espera que isto aconteça e começa já a falhar”, lamenta José Pedro, um dos lesados do BES que hoje se deslocou ao Campus da Justiça em Lisboa.

José Pedro é uma das centenas de pessoas que investiu em papel comercial do BES em 2013 e que em 2014 o investimento se revelou ruinoso. Com este processo em tribunal, os lesados estavam “à espera de receber parte do nosso dinheiro, mas isto não vai ter fim tão depressa”.

Um dos maiores processos da história da justiça portuguesa


Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

Segundo o Ministério Público (MP), cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

As sete empresas acusadas são a Espírito Santo Internacional, Rioforte Investments, Eurofin Private Investment, Espírito Santo irmãos – Sociedade Gestora de Participações Sociais, ES Tourism Europe, Espírito Santo Resources Limited e ES Resources (Portugal), pelos crimes de burla qualificada, corrupção passiva, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

Iniciado no dia 12 de agosto de 2014, o inquérito do processo “Universo Espírito Santo” teve origem numa notícia de 03 de agosto desse ano sobre a medida de resolução do BES e analisou um conjunto de alegadas perdas sofridas por clientes das unidades bancárias Espírito Santo.

despacho do MP chegou quase seis anos depois, em 14 de julho de 2020, deduzindo acusação contra 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas), num total de 348 crimes, sendo acrescentados em janeiro de 2022 mais cinco arguidos e 13 crimes, para os totais de 30 arguidos e 361 crimes.

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