Autora de obras polémicas, como “Ambas as Mãos sobre o Corpo”, “Minha Senhora de Mim” e “Novas Cartas Portuguesas” (esta última assinada com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, conhecidas como “As Três Marias”), que escandalizaram um certo Portugal puritano, valeram à escritora um espancamento na rua e a quase prisão. Diversas vezes premiada, aqui fala do último livro “Quotidiano Instável”, que reúne as crónicas que escreveu no jornal “A Capital” entre 1968 e 1972. Um quase romance, que descola da realidade para contar vida(s). E, neste episódio, a poetisa fala do seu desassossego que a deixa acordada a escrever madrugadas inteiras e conta algumas páginas do bom livro que a sua vida de daria. Boas escutas!
Maria Teresa Horta (1937-2025): “Gostaria de ser lembrada como poetisa e como uma mulher lutadora, que cumpriu os seus ideais com coragem”
No dia da morte da escritora Maria Teresa Horta voltamos a republicar uma das conversas mais marcantes do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, gravada em novembro de 2019, na sala da sua casa. Feminista e insubmissa, Maria Teresa Horta tornou-se um símbolo da emancipação das mulheres portugueses, por ter lutado sempre pela igualdade de direitos e pela liberdade. Recorde aqui a conversa com Bernardo Mendonça
Episódios
Romeu Costa (parte 2): “Há anos despedi-me de um amigo com um beijo na boca. Depois atiraram-me pedras. O que leva jovens a essa violência?” Romeu Costa (parte 1): “Ainda não está claro para as pessoas que tantos deputados da extrema direita significam passos atrás na democracia” Manuel Pureza: “Termos medo do que está a acontecer no país é bom, para fazermos melhor. Se resistir é vencer, criar é mais do que isso” Manuel Pureza: “Tenho o direito de me sentir ofendido, mas não de parar uma piada. A graça, se for má, perde público e envelhece mal” Madalena Sá Fernandes (parte 2): “Estou inquieta com os incêndios. A incompetência deixa-me irritada. Como estamos sempre nisto?” Madalena Sá Fernandes: “Sou favorável a que a mulher denuncie as violências que sofre. Mas sei o medo, a vergonha e a culpa que gera” Rita Cabaço (parte 2): “Não me surpreende que a Cultura tenha deixado de ter um Ministério só seu. Mas revolta-me” Rita Cabaço (parte 1): “É importante rirmo-nos de nós próprios. Somos todos ridículos” Zeferino Coelho (parte 2): “Mente-se descaradamente na política. Os escritores inventam histórias, mas procuram a verdade” Zeferino Coelho (parte 1): “Não há guerra em Gaza. É uma matança bíblica. Como é que somos capazes de fazer isto?”