Marta Temido chegou ao governo de António Costa como independente. Sem qualquer experiência política, caiu-lhe uma pandemia em cima e, independentemente da avaliação que cada um faça da gestão que fez da emergência, acumulou grande popularidade nesse período.
Chegados a estas eleições, é um momento de clarificação numa Europa que está a braços com uma guerra, assiste ao crescimento da extrema-direita e pode vir a ser governada por uma aliança entre o PPE e parte dessa extrema-direita, alinhada no grupo dos conservadores e reformistas. Essa clarificação não se faz no debate doméstico ou em meras declarações de princípios. Faz-se em assuntos polémicos, mas centrais para o futuro da Europa, em que PS e PSD parecem estar alinhados: criticam o Pacto das Migrações que aprovaram, apoiam novas regras de governação económica que reforçam o poder da Comissão e defendem um alargamento a leste que deixará a periferia do sul numa situação ainda mais difícil.
Se queremos que estas eleições sejam mais do que um concurso de popularidade e notoriedade, é nestes temas que os candidatos têm de ser claros. Têm os socialistas europeus um programa assim tão diferente de Ursula von der Leyen? E os candidatos portugueses, têm convicções próprias ou, chegados a Bruxelas, integram-se consensos que não levaram a votos, nas eleições, com o argumento de ali se fazem compromissos?
É mais que uma entrevista, é menos que um debate. É uma conversa com contraditório em que, no fim, é mesmo a opinião do convidado que interessa. Quase sempre sobre política, às vezes sobre coisas realmente interessantes. Um projeto jornalístico de Daniel Oliveira e João Martins. Imagem gráfica de Vera Tavares com Tiago Pereira Santos e música de Mário Laginha. Subscreva (no Spotify, Apple e Google) e oiça mais episódios: