O esclarecimento surgiu depois do primeiro episódio de uma grande investigação emitida no Jornal da Noite da SIC, com informações que não foram reveladas na comissão de inquérito ao BES.
Em comunicado, o Banco de Portugal confirma a autenticidade da nota interna e considera que é a prova de que o supervisor "estava a avaliar todas as situações que pudessem influenciar a avaliação da idoneidade da administração do BES".
Acrescenta que "no final de 2013, o Banco de Portugal não dispunha de factos demonstrados (...) que permitissem abrir um processo formal de reavaliação" e que "foram desenvolvidas várias diligências na sequência daquela e de outras informações, em 2013 e também ao longo de 2014".
A instituição liderada por Carlos Costa refere ainda que exigiu "um plano de sucessão para o órgão de administração do BES" e em abril de 2014 Ricardo Salgado apresentou a calendarização da sua retirada.
Os oito pontos relativos aos procedimentos do Banco de Portugal não explicam no entanto quais as conclusões e as soluções a que o regulador chegou perante os riscos inerentes ao Grupo Espírito Santo.
Os factos mostram que o antigo homem forte do BES nunca foi afastado pelo Banco de Portugal e só nove meses depois da nota divulgada na investigação SIC , "Assalto ao Castelo", é Ricardo Salgado saiu do banco, em agosto de 2014.