Assalto ao Castelo

Banco de Portugal volta a reagir à Grande Reportagem da SIC

O Banco de Portugal reiterou esta quinta-feira, em reação ao segundo episódio da Grande Reportagem "Assalto ao Castelo", que foi a sua atuação, "única e exclusiva", que detetou em novembro de 2013 falhas nas contas da Espírito Santo Internacional, rejeitando ter sido um alerta do BPI a motivar a intervenção.

Em comunicado, o regulador esclarece que a avaliação ao Grupo Espírito Santo, entregue pelo BPI em agosto de 2013, em nada alterou a análise que já estava em curso à realidade financeira do GES.

O Banco de Portugal explica que, nessa altura, já se encontrava em preparação o chamado ETRICC 2 - uma análise a grupos económicos devedores à banca - e que foi no seguimento desta análise que o Banco de Portugal detetou que as contas divulgadas pela Espírito Santo International não refletiam a verdadeira situação financeira.

Leia o comunicado na íntegra:

"A propósito das reportagens da SIC sobre o BES, o Banco de Portugal considera relevante esclarecer o seguinte:

  1. Em 1 de Agosto de 2013, o BPI entregou no BdP uma avaliação económica do GES, com especial incidência na Espirito Santo International (ESI).
  2. Esta avaliação do BPI foi oportunamente partilhada com a Assembleia da República no contexto da Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo.
  3. Na data em que o documento foi partilhado com o Banco de Portugal já se encontrava em preparação uma análise particularmente exigente dos principais grupos económicos devedores à banca (ETRICC 2), cuja realização foi aprovada pelo Conselho de Administração do Banco de Portugal no dia 11 de Setembro de 2013.
  4. O ETRICC 2 foi desenvolvido com base numa metodologia particularmente exigente, que questionou em profundidade os planos de negócio dos grupos económicos selecionados, de modo a confirmar que os mesmos assentavam em pressupostos robustos.
  5. Foi em resultado do ETRICC 2 – por única e exclusiva atuação do Banco de Portugal – que foi detetado, no final de novembro de 2013, que as contas publicamente divulgadas pela ESI não refletiam a sua verdadeira realidade financeira.
  6. Esta desconformidade contabilística não tinha sido até aí reportada pelos órgãos de administração do BES, por empresas de auditoria, por qualquer outro regulador ou supervisor, por qualquer instituição credora do GES, ou por qualquer indivíduo.
  7. Assim, a avaliação do GES realizada pelo BPI em nada alterou a análise e o planeamento em curso no Banco de Portugal, nem contribuiu para os resultados que vieram a ser apurados no ETRICC 2."