É com orgulho que Belmira Santos Gonçalves Pires, 66 anos, cozinheira e proprietária do restaurante Cabicanca, em Aguiar da Beira, chega à mesa para aconselhar “espere um bocadinho que já vai fotografar uma coisa única”. Depois, convida o Boa Cama Boa Mesa a percorrer os corredores do espaço, a ver os prémios que, com igual orgulho, tem conquistado ao longo dos anos, bem como as fotografias de famosos que já se sentaram no restaurante.
Depois, mostra a sala de refeições, completamente remodelada, e pergunta: “ficou mais bonita, não ficou?”. Agora as mesas e as cadeiras são mais modernas, mais confortáveis, e a apresentação das mesas mais elegante, para satisfazer as dezenas de comensais que por ali passam todos os dias. Regressa à cozinha para finalmente apresentar a especialidade da casa, preparada por encomenda para seis clientes que, de várias paragens, fizeram quilómetros para provar esta receita.
Belmira Pires explica que o processo de confeção do “Cabrito assado com arroz de miúdos” é simples, mas trabalhoso. “Primeiro tiro os miúdos ao cabrito, caseiro, limpo de gorduras e preparo o arroz”, relata detalhadamente. Depois, “num processo semelhante ao do leitão e ao molho, recheio o cabrito com o arroz e fecho a barriga para nada sair e o gosto do arroz se entranhe no cabrito”. Vai ao forno com batatas e decorridas algumas horas, está pronto a servir.
O “Cabrito assado com arroz de miúdos” (€155) é sugerido para oito pessoas, mas consegue satisfazer a gula de dez pessoas, sobrando ainda bastante. Feito apenas por marcação, diz Belmira Pires, “é frequente que famílias inteiras o escolham, porque dá sempre para muita gente”. Ao domingo é servido à dose (€14), com o “Arroz de miúdos” servido à parte. No resto da ementa, depois das entradas, compostas por “Torresmo”, “Bola regional” e “Redenho” encontramos “Posta de vitela grelhada à Cabicanca” (€16), “Posta de vitela na tábua com batata a murro e migas” (€17,50), “Bife da Vazia” (€13,50), “Arroz de feijão com nacos de vitela grelhados” (€18) e “Arroz de míscaros com nacos de vitela grelhados” (€25). Nos peixes, no restaurante Cabicanca, há “Bacalhau à Cabicanca” (€16), “Polvo à lagareiro“ (€15) e, para duas pessoas, “Bacalhau à Brás" (€30), “Massinha de tamboril” (€46,50), e “Arroz de marisco” (€50). Termine com umas “Papas de Milho” (€2,50).
O restaurante Cabicanca (Avenida dos Combatentes do Ultramar, 66, Aguiar da Beira. Tel. 232688972) funciona das 09h00 às 22h30 e não tem dia de encerramento. Como curiosidade, foi buscar o nome a uma lenda que conta que há séculos os moradores da vila de Aguiar da Beira ficaram assustados com uma estranha ave que fez da torre da igreja a sua casa. O medo era tal que se deixou de fazer missa, tocar o sino e as pessoas evitavam sair com medo do animal. Diziam em surdina “olha ca bicanca!” e o nome pegou, sendo que os habitantes de Aguiar da Beira passaram a ser conhecidos por “cabicancas”, designação que perdura. Afinal de contas, soube-se depois, que o animal com tal “bicanca”, era, afinal, uma cegonha.
A equipa Boa Cama Boa Mesa está a percorrer o país para selecionar hotéis e restaurantes que vão integrar o guia anual, a publicar em abril de 2024. Até lá, fique a conhecer algumas das sugestões que justificam a viagem
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