A emblemática cena do duche dura 45 segundos, mas demorou uma semana a ser filmada. Tem 78 posições de câmara e a música de Bernard Herrmann. Uma cena que Alfred Hitchcock queria sem som, mas foi convencido pela mulher, Alma Reville, conselheira criativa.
O realizador ficou tão satisfeito com o suspense criado que duplicou o valor pago ao compositor e disse mesmo que um terço do efeito de Psycho se deve à música.
Filme desafiou cânones do cinema
Hitchcock desafiou convenções. Não só a protagonista morre de uma forma violenta nem o filme vai a meio, como revela o corpo de uma forma despudorada, para os cânones da época.
O realizador adquiriu os direitos do livro de Robert Bloch de forma anónima por pouco mais de oito mil euros e comprou o maior número de exemplares possível para o filme ser uma surpresa.
Com a recusa da Paramount em financiar o filme, hipotecou a casa e avançou com a equipa com que fez a série de televisão "Alfred Hitchcock Apresenta". Entrou no trailer para promover o filme e numa campanha em jornais e cartazes: ninguém podia entrar na sessão depois do início do filme.
Foi o maior sucesso comercial de Hitchcock
A estreia aconteceu em 1960 e, se a crítica se dividiu, o público aderiu em massa. Com um orçamento que não chegou a 700 mil euros, arrecadou perto de 28 milhões de euros de receitas nos Estados Unidos e um valor idêntico no resto do mundo.
Como é habitual, Hitchcock aparece discretamente numa cena do filme, que teve quatro nomeações para os Óscares, incluindo realização e melhor atriz secundária para Janet Leigh.
A atuação de Anthony Perkins não chegou à Academia de Hollywood, mas a interpretação como Norman Bates, doce e frágil em contraste com um lado sombrio, fica na história do cinema.