É no piso superior do Pavilhão Julião Sarmento que se encontra o maior número de peças da coleção. São quase 50 obras, entre fotografias, pinturas e esculturas, todas escolhidas e colecionadas por Julião Sarmento ao longo da vida. Descendo as escadas, chega-se ao mezanino, um ponto privilegiado com vista para a galeria principal, no piso térreo. É lá que se encontra a exposição temporária, com 25 obras, que ficará patente até abril.
Mas o percurso não termina aí. No Pavilhão Julião Sarmento, a arte pode surgir em qualquer lugar - até nas casas de banho. Descendo mais um andar, chega-se à cave, onde está instalada a galeria dedicada ao cinema. É aí que uma obra mais discreta surpreende quem olha para o teto: uma instalação feita propositadamente para o espaço. Os detritos deixados pelas letras que a compõem estão guardados numa caixa, e fazem parte da peça.
Ao todo, a coleção pessoal de Julião Sarmento conta com mais de 1.400 obras. Ao longo da sua carreira, o artista expôs em museus e galerias por todo o mundo. Neste espaço, é a sua faceta de colecionador que está em destaque.
O edifício onde agora funciona o Pavilhão era um antigo armazém portuário abandonado. Foi o próprio artista quem o escolheu, tendo o projeto de recuperação ficado a cargo do arquiteto Carrilho da Graça. Inaugurado há pouco mais de um mês, o espaço já recebeu mais de 3.500 visitantes.