Essencial

A vida de quem cuida a tempo inteiro: para que serve o estatuto do cuidador informal?

O Orçamento do Estado para este ano prevê 20 milhões de euros para subsídios a cuidadores informais. É "Essencial" perceber o que o Estado já faz e o muito que pode ainda fazer por milhares de famílias em Portugal.

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O novo estatuto dos cuidadores prometeu ser um apoio social inovador e uma legislação pioneira a nível europeu, mas que impacto têm estas medidas na realidade de quem cuida e de quem precisa de cuidados? É Essencial perceber de que forma a nova lei alterou a realidade destas famílias.

Manuela Gil pediu o reconhecimento do Estatuto do Cuidador à Segurança Social por ter a responsabilidade de tomar conta da mãe, com uma demência, e da irmã, com um problema cognitivo. A resposta foi positiva mas, na prática, esse reconhecimento não serviu de nada. Como trabalha, sabia que não teria direito a subsídio, mas contava com mudanças nas leis laborais que lhe facilitassem a tarefa de cuidar, o que não aconteceu.

Além das novas leis laborais, o Estatuto do Cuidador refere, por exemplo, o direito ao descanso ou apoio psicológico para quem cuida - um pacote legislativo considerado inovador, que a Associação Nacional de Cuidadores Informais diz ficar muito aquém das necessidades.

O apoio social, criado há cerca de cinco anos, abrange apenas uma minoria das pessoas que cuidam de familiares com doenças crónicas e dependentes de ajuda.