Por ter uma experiência diferente, queria sobretudo dizer aqui que há de facto alternativas mais baratas e pelo menos de grande qualidade. Até porque os relógios da Apple só funcionam com iPhones e há outros como os da Samsung e alguns Wear OS da Google que tanto funcionam em iPhone como com todos os outros smartphones de sistema Android, da Google. E há uma coisa no meio, que não é Android nem deixa de ser, o Samsung Galaxy Watch, com o Tizen, o sistema só da marca, que vai buscar muita coisa ao Google Wear OS. Lembro-me do espanto dos jornalistas, eu incluído, quando na IFA de Berlim foi mostrada a rodinha. A rodinha, como gosto de lhe chamar, é a adaptação do anel rotativo exterior existente em muitos relógios clássicos a um relógio inteligente. Assim, como a Apple usou o que seria o botão de acertar e dar corda num relógio antigo, a Samsung transformou este anel externo em comando do interface do seu S2. Um dos comentários mais ouvidos naquele dia - mas como é que não foi a Apple a pensar nisto?
De facto é tipo ovo de colombo. Os ecrãs de relógio, sejam de que marca forem, são demasiado pequenos para usar com comandos de toque finos, A Apple teve que escolher o botão de dar corda porque escolheu um formato quadrado para o seu ecrã. Muitos utilizadores preferem um formato clássico, redondo. Eu comecei por gostar da ideia do quadrado mas a Apple não consegue fazer evoluir a estética nos seus relógios, enquanto no formato redondo temos imensas alternativas, além de que os fundos de ecrã podem obviamente ser mudados em todos eles. As baterias é que melhoraram muito nos últimos anos. Qualquer uma das últimas gerações se aguenta bem entre 2 a 4 dias e é normal, carregar enquanto durante a noite. Há quem os use mesmo a dormir até porque têm funções para avaliar a qualidade do sono, mas também são muito rápidos a repôr a bateria.
Depois de descobrir a roda a Samsung não parou de melhorar o seu relógio, veio o S2 e o que poderia ser o S4 chama-se simplesmente Samsung Galaxy Watch. Há actualmente 3 versões o de 46 mm Silver, e os de 42 mm Midnight Black e Rose Gold. Cada um deles tem uma variedade de pulseiras originais, mas sejamos francos o divertido é comprar pulseiras baratíssimas aos chineses e fazer um vistaço. Ainda por cima a Samsung tomou uma decisão que eu não esperaria, os seus relógios são compatíveis com as pulseiras mais clássicas que se possa imaginar. Enquanto os tais chineses tiveram que copiar a ligação dos Apple Watch, já existiam milhares ou milhões de pulseiras compatíveis com a ligação dos Samsung . Se não for de estimação até pode usar a pulseira do relógio do avô.
Agora estes relógios são úteis ou não? Eu diria que hão-de ser. Ninguém precisava de telemóveis e agora não sabemos viver sem eles. No caso dos relógios pode não ser tão radical mas o movimento é mais ou menos o mesmo. Nem vou aqui distinguir entre as pulseiras mais sofisticadas como as da Garmin ou da FitBit e os smartwatch das várias marcas. A fronteira é muito ténue e tendem a parecer-se cada vez mais. Quem usa mais intensamente estes aparelhos tem normalmente o pretexto da saúde ou do desporto. O Samsung mais moderno já mede constantemente as nossas pulsações e o nível de stress, os passos que demos, e os andares que subimos (isto é uma das coisas que mais falha). A Apple anunciou que o seu aparelho que é capaz de detectar quedas e dar o alarme, com um upgrade passa fazer um electrocardiograma simples, não o vai fazer em todos os países e desconheço a fiabilidade, mas é um passo importante para o futuro. Hoje já não vemos ninguém a correr que não esteja constantemente a consultar o pulso.
Eu não sou propriamente atleta e sou adepto das notificações. É agradável ver o que se passa no meu telefone sem o tirar do bolso, recusar uma chamada numa reunião e discretamente enviar mensagem a dizer que ligo mais tarde.Consigo também acompanhar o mail e as redes sociais sem estar constantemente a olhar para o telefone. Como o meu carro ainda não tem alta voz, nas raras vezes que atendo uma chamada a guiar atendo no alta voz do relógio, normalmente é suficiente. Acho pouco prático comandar a música do telefone a partir do relógio.
Nos últimos dias quase sempre que faço pagamentos uso o relógio Samsung com Mb Way, agora mais por divertimento. Será o futuro dos pagamentos e daqui a uns tempos todos vemos como normal…Se quiser ver como é fiz este Futuro Hoje para mostrar (https://sicnoticias.sapo.pt/programas/futurohoje/2018-10-30-As-novidades-nos-pagamentos-eletronicos-1).
Gosto especialmente de mudar o aspecto do relógio com a minha disposição, até já gastei algum dinheiro, pouco, porque a maior parte dos fundos são baratos ou gratuitos, e tenho uma coleção razoável. Com uma característica, os meus fundos quase todos imitam um relógio clássico e continuam com todas as funções de um smartwatch e é isto que faz as minhas delícias…
Nota:
Conforme as lojas, o Samsung Galaxy Watch pode custar menos de 300 €, e o S3 a geração anterior que na minha opinião ainda vale a pena fica na casa dos 200.
O Apple Watch série 4 tem muitas variantes mas começa num mínimo de 440 € e a geração anterior nos 300 €.