Praticamente ao mesmo tempo surgiram notícias de sinal contrário, com o Facebook a proibir anúncios que prometem a cura do coronavírus e a Amazon a recusar deixar de vender livros que defendem as fanáticas e mentirosas teorias anti vacinas. Porque é que uma é fraude e a outra não, quando sabemos que há doenças a surgir de novo porque alguns pais se recusam a vacinar as crianças contra tudo o que é racional?
É que nos livros contra as vacinas também há fraude, também há gente a ganhar dinheiro a propagandear teorias perigosas para a saúde pública.
A Amazon diz que convencer os outros a não vacinar é liberdade de expressão. Temos, de facto, um problema. É que provavelmente há quem acredite que uma qualquer mezinha cura as infecções por coronavírus e pode querer vender essa ideia. E o Facebook tem o direito de julgar se é fraude ou liberdade de expressão? O Facebook tem o direito de julgar se eu acredito em milagres ou mezinhas?
Por estas e por outras é que o Mark Zuckerberg terá dito que não ia impedir anúncios em que os políticos mentissem. Quem é ele para julgar quem mente e quem não? Ele bem sabe que o Reino Unido decidiu sair da Europa com base em mentiras e muitas delas veiculadas no Facebook. De qualquer forma, todos sabemos que os políticos sempre mentiram. Tem imensa graça dizerem que o Facebook tem de os impedir de nos aldrabar.
Eu não sei como se resolve isto. Tanto me revolta ter empresas como a Amazon ou o Facebook a decidir por mim qual o limite da verdade como me repugna ver aldrabões a vender milagres aproveitando-se do nosso medo do vírus ou dos emigrantes…