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Investigação SIC: Partidos exigem explicações ao deputado do PS investigado por negócios ruinosos na SATA

A Investigação SIC revelou ontem que Sérgio Rocha de Ávila é um dos alvos do Ministério Público (MP) por suspeitas de gestão danosa e participação económica em negócio. O PSD pede que o deputado se explique. O Chega admite vir a pedir mais uma comissão de inquérito.

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O processo descolou há cinco anos e só agora começa a entrar em velocidade de cruzeiro, ainda sem arguidos, mas já com suspeitos. A Investigação SIC revelou, na quarta-feira, que além do antigo presidente da SATA também o agora deputado do Partido Socialista (PS), Sérgio Ávila está a ser investigado pelo Ministério Público (MP).

"O deputado, face ao que viu e que me parece até com clareza bastante grande em alguns pontos, deve dar explicações. O que não podemos é ficar em silêncio", disse André Ventura, líder do Chega.

O deputado socialista, ex-vice-presidente do Governo Regionalgarante, num email enviado à SIC, não ter qualquer responsabilidade. O Partido Socialista (PS) lembra que sobre Sérgio Ávila não impende a condição de arguido. E que, por duas vezes, dois juízes diferentes e de instâncias diferentesconsideraram não haver qualquer fundamento para desenvolver buscas que incluíssem o deputado.

A investigação do Ministério Público (MP) está centrada nos prejuízos de mais de 260 milhões de euros na SATA. Fruto, por exemplo, de atrasos no pagamento de compensações financeiras e de investimentos ruinosos como o aluguer do Airbus 330.

"Se tivermos em conta a população que vive nos Açores, é ainda mais grave que do que o caso da TAP. A questão que colocamos é se não ficaria mais barato os contribuintes pagarem um brevete, no fundo um curso de aviação comercial, aos políticos que querem brincar aos aviões e deixar o dinheiro dos contribuintes em paz", disse Mário Amorim Lopes da Iniciativa Liberal (IL).

O Ministério Público (MP) tem nas mãos o relatório do Tribunal de Contas. Os juízes concluíram que a companhia aérea teve prejuízos em 2019 acima de 260 milhões de euros. O ano corresponde ao mandato analisado pelo Tribunal de Contas e que agora está a ser investigado pelo Departamentos de Investigação e Ação Penal Regionais (DIAP) de Lisboa.

"Quando existem empresas públicas, há tentação muito grande de colocar lá gente com filiação partidária e próxima dos partidos", acrescenta Mário Amorim Lopes.
"Fica a suspeita no ar de que há um conluio institucional para proteger o gasto desse dinheiro público. O Parlamento deve levar a cabo uma investigação", defende André Ventura.

Mas, por agora, decide pedir explicações aos responsáveis da SATA.