Investigação SIC

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Bispo evangélico gere 27 quartos em armazém em Setúbal

Depois da Investigação SIC revelar o caso de um bispo evangélico que cobra quase 400 euros para arrendar quartos improvisados numa garagem no Seixal, surge mais um caso. Desta vez, em Setúbal, onde dezenas de pessoas vivem num armazém dividido por dois andares, incluindo crianças.

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Esta semana, a Investigação SIC revelou o caso de um bispo evangélico que cobra quase 400 euros para arrendar quartos improvisados numa garagem, no Seixal. Agora, a SIC encontrou um novo espaço que está a servir para alojamento: trata-se de um armazém com dois andares, em Setúbal, onde vivem cerca de 50 pessoas.

O espaço está identificado como se de uma Igreja Evangélica se tratasse, a Assembleia de Deus de Mangualde em Setúbal, mas a roupa estendida à porta não engana: atrás deste portão, mora gente.

Moram todos juntos no armazém 7 da Rua Vieira da Silva. Praticamente sem vizinhos, numa zona industrial mesmo à entrada de Setúbal. À porta do armazém, uma câmara regista todas as movimentações.

Há mais câmaras no interior, num corredor que divide o armazém a meio com paredes de pladur e quartos dos dois lados. As câmaras servem também para controlar as dormidas.

No corredor, há adolescentes a brincar, crianças e até uma bebé a gatinhar. Ao fundo do corredor, uma cozinha partilhada.

O armazém foi de tal forma adaptado que tem até um segundo andar com ainda mais quartos. São 27, no total, a render ao mês.

Quem gere o espaço é Zaqueu Pereira e a mulher. Ele bispo e presidente vitalício da igreja que o próprio criou. Ela é pastora e tesoureira.

À SIC chegaram relatos de infeções urinárias em várias mulheres, alegadamente provocadas pelas condições deficientes de higiene das casas de banho partilhadas. E também da existência de percevejos.

Contactada, a Câmara de Setúbal confirma que tem conhecimento de pelo menos uma família a viver no local. Agora tem conhecimento de mais 26 agregados. O município de Setúbal diz que remeteu a informação à PSP.

Zaqueu Pereira está desde 2021 a ser investigado por crimes de auxílio à imigração ilegal. O DIAP do Seixal nunca respondeu aos contactos da SIC, até que, 2 dias depois da reportagem, surge no site a nota de que foi deduzida acusação contra o casal por crimes de falsificação e auxilio à imigração ilegal.

Havia vários pedidos de legalização para a mesma morada, a casa do bispo.