Daniel Carriço esteve presente, esta quinta-feira, no Jogo Aberto e abriu o livro sobre diversos capítulos da carreira, em que colocou um ponto final este mês.
O antigo jogador formado no Sporting viveu o auge em Espanha, colocou o seu nome no livro dos recordes e admite que, há alguns anos, recebeu sondagens para voltar a Portugal. Na carreira, “o que talvez tenha faltado foi outra dimensão na Seleção Nacional”.
“Foi um conjunto de fatores. Houve fases em que fui chamado e estávamos muito bem servidos na posição de central e, assim, acabava por ser a terceira ou quarta opção. Outras vezes tive lesões. Outras merecia ter sido chamado e não fui por opção do selecionador”, comenta Daniel Carriço, que tem uma internacionalização por Portugal, frente à Itália, em 2015.
Carriço vestiu as cores da Seleção Nacional em praticamente todos os escalões de formação, quando também brilhava pelo Sporting, numa altura em que "limpavam tudo”. Depois, o antigo central esteve cinco épocas no plantel sénior dos “leões”, conquistando uma Supertaça.
Os tempos em Alvalade mudaram para melhor, na visão do ex-jogador, que deixou elogios a Amorim e disse que gostaria de jogar neste Sporting. Admitiu ainda que foi sondado pelo clube entre 2018 e 2019.
Durante o Jogo Aberto, o antigo internacional português falou ainda sobre o novo papel de Cristiano Ronaldo na Seleção e o “caso de estudo” chamado Pepe.
Anos de ouro no Sevilha levaram Carriço ao livro dos recordes
Daniel Carriço conquistou quatro vezes a Liga Europa (2013/14, 2014/15, 2015/16 e 2019/20), sendo três consecutivas. As vítimas nas finais foram, respetivamente, Benfica, FK Dnipro, Liverpool e Inter Milão. A primeira, contra as águias, quando o também português Beto brilhou, foi a preferida do antigo leão.
“Nessa temporada defrontamos três equipas portuguesas (Estoril, FC Porto e Benfica). Foi engraçado e vou recordar para sempre a final. Para mim foi especial por ser a primeira. Quando chegamos a Sevilha, a cidade parou”, lembrou.
O ex-futebolista, que também defendeu o Olhanense, o Reading (Inglaterra), o WH Zall (China) e a UD Almeria (Espanha), recorda os tempos em Sevilha como o “auge da carreira”.
As quatro conquistas da Liga Europa representam um recorde. É o jogador que mais vezes venceu a competição, o que valeu a Carriço uma menção no mais conhecido livro dos recordes.
“Há clubes que tem uma mística. No Sevilha sentíamos que estávamos sempre muito perto de ganhar. A bola entrava. Não há explicação. O Real Madrid também é assim na Liga dos Campeões”, relatou o antigo jogador, de 34 anos.
“Aprendi muito com os mais velhos” em Alvalade
Quando chegou ao plantel sénior do Sporting, depois de estar habituado a vencer nas camadas jovens, Daniel Carriço encontrou um plantel que misturava experiência com juventude.
A estreia foi contra o Heerenveen, da Holanda, na fase de grupos da Liga Europa de 2009/10.
“Entrei por uma lesão do Tonel, uma infelicidade (…) Eliminámos o Everton nessa temporada [nos oitavos-de-final] e chegamos aos quartos contra o Atlético Madrid”, lembrou Carriço, afirmando que o suporte dos veteranos foi fundamental para a sua adaptação.
“Aprendi muito com eles, como o Anderson Polga e o Tonel”.
No final da entrevista, Daniel Carriço revelou que pretende fazer a formação para ser treinador e também participou de um quiz. Respondeu qual foi o colega de equipa mais habilidoso, o adversário mais complicado e os treinadores mais marcarantes da sua carreira (pela positiva e negativa).