A Assida no Iémen é uma tradição ancestral
A tradição é quase tão ancestral quanto o povo que habita o Iémen. A mistura de farinha moída com água fervente é a base para vários pratos típicos da cultura árabe: da África Oriental à Península Arábica; do Médio Oriente ao Magrebe. Em Portugal remete para o algarvio xerém, que no Iémen se chama Assida.
Mergulhada numa das maiores crises humanitárias do nosso tempo, a população do Iémen não prescinde do preço acessível da quantidade proporcionada por estas papas – que podem ser de trigo, cevada milho ou outra gramínea ou cereal, com molho ora doce ora salgado.
Os saberes ancestrais e um imenso património gastronómico e cultural é o que resta num pais dilacerado há quase uma década por uma sangrenta guerra civil que, no Iémen, causou milhões de deslocados e centenas de milhares de mortos.
Até o tradicional húmus gera conflitos entre palestinianos e judeus
Para a chefe canadiana Suazanne Husseini, a primeira viagem de culinária a Gaza, na Palestina, foi uma oportunidade para conhecer e promover os pratos populares dos seus antepassados. Para os palestinianos, que vivem num complexo e tenso ambiente politico, a comida é uma parte importante da identidade cultural.
Atualmente, até a receita do tradicional húmus é motivo de conflito. A autoria é reivindicada tanto por palestinianos como por judeus.
Várias famílias perderam acesso aos locais que forneciam ingredientes regionais únicos para este tipo de culinária há centenas de anos. Muitos temem que a identidade desta gastronomia desapareça.
Por isso, as Nações Unidas lançaram um programa que tem como objetivo conseguir dar destaque internacional à esquecida cozinha palestiniana.