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Desertificação: como se combate uma das grandes ameaças à sobrevivência humana?

Uma das grandes ameaças à sobrevivência humana, é a desertificação. Este episódio do Mais Mundo mostra como se tenta conter o deserto em vários países de África.

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Na Mauritânia, a seca e as altas temperaturas estão a acelerar a desertificação. As dunas do Sahara avançam cada vez mais, cobrindo os terrenos aráveis. 90% do território deste país, no noroeste de África, já é deserto.

As comunidades rurais da Mauritânia arriscam perder não só a agricultura de subsistência e o gado, mas também as casas e as aldeias onde nasceram.

Teslim Soueilim é testemunha do avanço do deserto. Desde que nasceu, há 65 anos, vê o Sahara cada vez mais próximo, mas nunca como agora.

Por isso, os pequenos agricultores da região tiveram de se juntar na luta contra o deserto. Agora, cultivam hortícolas, plantam árvores de fruto e criam aves em quintas comunitárias. A produção é para consumo próprio, e o que sobra é vendido no mercado.

Mas isso só foi possível graças à ajuda das Nações Unidas, através do programa contra a desertificação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. A ONU, em parceria com o governo da Mauritânia, instalou painéis solares, depósitos de água e forneceu sementes e árvores adaptadas ao clima.

Outro objetivo do programa é criar muralhas verdes à volta das aldeias para travar o avanço do deserto. Espécies autóctones, como acácias e tamareiras, foram plantadas em redor das casas e dos campos agrícolas.

E parece estar a resultar. Têm sido fornecidas à população novas ferramentas inovadoras e mais eficazes.

A ONU quer recuperar 100 milhões de hectares de terrenos desertificados em toda a África, sendo 500 mil só na Mauritânia.

Alterações climáticas mudam paisagens

Neste mundo febril de temperaturas altas, o Mali sofre com cada manifestação das alterações climáticas. O país africano oscila entre a seca severa e prolongada e as inundações rápidas e quentes. A fome avança veloz, enquanto os campos cultivados recuam perante a destruição.

Mas há agora um ponto verde que pode mudar a paisagem, literal e figurada, do que se passa no Mali.

As novas fábricas que utilizam o Sistema de Intensificação do Arroz estão a produzir com menos água, plantas mais naturais, logo, mais resistentes, e também mais produtivas.

Mais rigor, mas mais mão de obra, o que significa mais emprego. Mas também mais investimento, que está a ser possível graças aos 55 mil milhões de euros anuais enviados nas remessas dos emigrantes malianos espalhados pelo mundo.

O investimento dos que estão fora na dinamização agrícola da pátria fez com que o Mali já tivesse visto nascer 160 cooperativas agrícolas, que apoiam mais de 3 mil pequenos produtores. E a paisagem está a mudar.

Verdade é também que o desenvolvimento agrícola sustentável no Mali tem um impacto positivo económico, social, mas também ambiental, no combate à desertificação.