Análise de Marques Mendes

Vitória "saborosa" de Albuquerque hoje pode já amanhã tornar-se num "pesadelo"

Na espaço de comentário, no Jornal da Noite da SIC, Luís Marques Mendes com “cautela”, porque ainda não há resultados oficiais, mas a projeção da Universidade Católica para a RTP já permite tirar três conclusões e estabelecer três possíveis cenários para o futuro complicado que se avizinha.

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Na espaço de comentário, no Jornal da Noite da SIC, Luís Marques Mendes com “cautela”, porque ainda não há resultados oficiais, mas a projeção da Universidade Católica para a RTP já permite tirar três conclusões.

“O PSD ganha, até com uma folga signficiativa mas sem maioria, o PS tem uma derrota pesada em função de tudo o que se esperava, e, em terceiro, vai ser muito dificil encontrar uma solução maioritária de governo, ou seja um cenário de estabilidade”, disse.

Ainda assim, destaca Marques Mendes, estas eleições realizaram-se no “contexto mais difícil de sempre para o PSD”: desde logo com Miguel Albuquerque a ser constituído arguido por suspeitas de corrupção, e teve de demitir-se, depois a dissolução feita contra a vontade do PSD e pressionada pelo PS, também as eleições internas que dividiram a família social-democrata".

E, em sentido oposto, “as condições eram as mais fáceis que o PS teve para ganhar”.

Mas, acrescenta, “apesar destas dificuldades”,o PSD ganha e “o PS fica muito distante de ganhar ou até de constituir uma geringonça à esquerda. Ao fim de 50 anos, o PS não consegue ganhar uma eleição e neste cenário é caso para dizer que é um caso de estudo, em termos democrátricos isto não é bom”.

Ao mesmo tempo é uma “vitória saborosa” para Miguel Albuquerque mas só hoje, “nos próximos dias, semanas e meses ”isto vai ser um pesadelo".

Eis os três cenários possíveis, na opinião de Marques Mendes: - PSD fazer coligação com o Chega, mas é difícil, André Ventura sempre disse que não; - outra hipótese é o PSD fazer um entendimento com o JPP, muito conhecido na Madeira, que começou por ser residual e tem vindo a subir de eleição para eleição mas que sempre se afirmou contra o PSD; e, “aquilo que é o mais provável, um governo minoritário do PSD com apoio pontual no plano parlamentar de outros, designadamente com o Chega. Mas é uma solução precária”.