Falar de engenheiros americanos de apoio à linha da frente, é falar de imensas colunas de camiões com todo o tipo de maquinaria pesada apta a construir estradas, aeroportos, montar pontes, erguer edificios. A dois passos dos combates vivia-se o pânico do ataque químico. As batalhas de Najaf e Kerbala foram sentidas de perto. No maior hospital móvel do exército americano, o MAHS, eram recolhidos soldados americanos e prisioneiros de guerra iraquianos.
A maioria dos militares americanos denunciava uma forte preparação psicológica ancorada no ideal de libertar o país da opressão. Eram os primeiros dias...
Sem qualquer tipo de conforto,com noites muito frias e dias muito quentes, sem acampamentos fixos, a rações de combate diárias, os soldados mantinham duas miragens: um duche ou a chegada do correio.
A viagem, desgastante, acabou por enfrentar uma resistencia menor do que previam. O aeroporto de Bagdad foi tomado em dois dias e meio, e a sala VIP de Saddam Hussein, um pequeno palácio, passou a ser zona de repouso dos soldados americanos. O coronel Martin, um dos comandantes dos engenheiros acreditava que o Iraque iria tornar-se um modelo de desenvolvimento para o Médio Oriente.
5 anos depois... os americanos continuam no Iraque, os atentados fazem o dia-a-dia das notícias que chegam de Bagdad, o país que os engenheiros queriam libertar está preso à maior instabilidade internacional.
Cândida Pinto
Jornalista
Reportagem de Cândida Pinto e José Maria Cyrne, com edição de imagem de João Santos