O acordo prevê que depois de serem ordenados sacerdotes fiquem a trabalhar em paróquias de Lisboa cerca de 5 anos - altura em que receberão uma ordem para voltar à Índia. Quando regressam ao país-natal, já fluentes em português, estão preparados para trabalhar nos arquivos locais, uma herança que vem ainda dos tempos dos descobrimentos.
"Despoletou um enriquecimento recíproco e está-nos a ajudar a resolver um problema local", refere D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa
O protocolo é celebrado entre o Patriarcado de Lisboa e as Dioceses Indianas de Cochim e de Trivandrum (no estado de Kerala). Ainda seminaristas, chegam a Lisboa sem saber falar português. Aprendem através de aulas e, sobretudo, à conversa com colegas no Seminário dos Olivais.
"O meu organismo habituou-se com a comida portuguesa, quando fui pela primeira vez de férias à Índia estava com, não me leve a mal, estava com uma gula... comia, comia, comia, terceiro dia fui parar ao Hospital", explica, entre risos, o Padre Binoy, que trabalha na Paróquia de Alcântara
Os seminaristas e padres indianos são hoje em dia peças fundamentais no funcionamento do Patriarcado de Lisboa - uma região que abarca mais de 2 milhões de habitantes. Os primeiros chegaram a Portugal há quase 50 anos.
"Os meus pais disseram que o teu pai agora é teu bispo, tens de obedecer ao que ele te vai mandar, portanto eu também disse sim, custou muito, mas disse sim com todo o coração", sublinha o Padre Ben, pároco de Olhalvo, Ventosa e Vila Verde dos Francos
Há neste momento 8 seminaristas indianos a estudar no Seminário dos Olivais (16% do total de seminaristas).
9 padres indianos estão ao serviço das paróquias do Patriarcado, sendo a terceira nacionalidade mais representada (apenas batida por Angola e, naturalmente, Portugal).
"Em nome do Pai, do Filho e da Índia" é a Reportagem Especial para ver aqui na íntegra.