Nas receitas que a ciência e a indústria preparam para o jantar de amanhã, a lista de ingredientes é diversa: carne produzida em laboratório a partir de células de animais. Edição genética de plantas (não se trata dos célebres transgénicos). Proteínas vegetais que parecem proteínas animais. Insetos. Mudanças nos nossos hábitos de consumo e de produção que permitam reduzir o desperdício alimentar (1/3 de tudo o que produzimos acaba no lixo) e prevenir as doenças evitáveis que matam cada vez mais por excessos alimentares.
Sabemos que a produção de alimentos é responsável por 25% da emissão de gases com efeito de estufa, ocupa 38% do solo e consome 70% da água potável no planeta. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura estima que terá de aumentar 50% até 2050, para evitar uma crise alimentar.
Nos últimos 50 anos a população humana duplicou e o consumo de carne mais do que triplicou. A resposta à explosão da procura vem da produção intensiva, que garante carne mais barata. Com mais atropelos ao bem estar dos animais e com maior impacto ambiental.
A Terra perdeu um terço das terras aráveis nos últimos 40 anos e a contaminação e degradação dos solos agrícolas prossegue. Perdem-se 12 milhões de hectares de terra fértil por ano. É como se, todos os anos, um território equivalente à Grécia desaparecesse do mapa. Na Europa, Portugal é dos países mais ameaçados pelo avanço da desertificação. São boas razões para pensarmos, hoje, no jantar de amanhã.
► O que é o jantar amanhã? 2.º episódio
► O que é o jantar amanhã? 1º episódio
Ficha Técnica:
Jornalista - Miriam Alves
Imagem - João Lúcio; Rogério Esteves; Filipe Ferreira; André Miguel
Edição de Imagem - Rui Berton
Produção Editorial - Diana Matias
Grafismo - Marta Coelho, com Patrícia Reis
Ilustração - João Carlos Santos
Colorista - Rui Branquinho
Pós-Produção Áudio - Octaviano Rodrigues
Imagens Drone - 4K Fly
Coordenação - Amélia Moura Ramos
Direção - Ricardo Costa