A Grande Reportagem SIC foi à procura de respostas num país onde a instabilidade política é um problema crónico e os golpes de Estado foram uma constante nas últimas quatro décadas. Na Guiné, os funcionários públicos passam anos sem receber salário e a corrupção alimenta o narcotráfico, fazendo do país uma placa giratória da droga que vai da América Latina para a Europa.
Num país onde falta praticamente tudo, os cidadãos substituíram-se ao Estado e tomaram as rédeas de diversas áreas da sociedade civil, da educação à saúde pública.
Depois de 5 anos particularmente turbulentos, e numa altura em que a Guiné-Bissau parecia mais próxima do que nunca da tão esperada estabilidade política, o país volta a ser arrastado para mais um golpe de Estado.
Na sexta-feira, depois de uma tomada de posse à revelia da Constituição, o vencedor das eleições de dezembro, Umaro Sissoco, deu ordem aos militares para invadirem a Assembleia Popular, o Palácio do Governador, a rádio e a televisão estatais, e diversos ministérios.
Os resultados eleitorais tinham sido contestados pela oposição, com alegações de fraude, e aguardavam a validação do Supremo Tribunal. Umaro Sissoco já tinha ameaçado “partir para a guerra”.