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“O aluno estava numa crise de nervos porque iria passar a noite sem o telemóvel”

As escolas da Bélgica estão a limitar o uso de telemóveis. Em Embourg, por exemplo, assim que os alunos entram na sala de aula são obrigados a entregar os telemóveis. A nova regra está a levantar algumas questões.

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O tempo que os adolescentes passam à frente de um ecrã é cada vez mais uma preocupação de pais e professores, que procuram soluções para resolver o problema. As restrições ao uso dos telemóveis estão, assim, a marcar o regresso às aulas em toda a Europa.

Nas escolas da Bélgica, por exemplo, os alunos estão a ser convidados a separarem-se dos seus smartphones no início de cada aula. A iniciativa não está a correr mal, mas tem levantado alguns problemas de responsabilidade. E se acontece alguma coisa ao telemóvel quando não está com o dono?

“O problema é que, quando (o telemóvel) está dentro da bolsa, é da responsabilidade do docente e eu não posso, enquanto diretora, pedir aos meus docentes que assumam a responsabilidade de 24 telemóveis se um cair”.

Mesmo assim, muitas escolas continuam a confiscar os telemóveis quando os alunos infringem o regulamento interno. A medida tem sido eficaz, mas há alguns episódios mais complexos. Como o que aconteceu numa escola de Embourg, contado pela diretora à reportagem da RTL.

“O aluno estava numa crise de nervos porque iria passar a noite sem o telemóvel, pois o professor só voltaria no dia seguinte. O professor teve que voltar. Eu tinha uma pessoa muito nervosa diante de mim. Penso que os jovens estão agarrados de tal modo aos aparelhos que nem conseguem imaginar ficar sem ele durante algum tempo”.

A Federação Valónia-Bruxelas recomenda a proibição dos telemóveis na sala de aula e no recreio. Transformar essa recomendação em lei, igual para todos, em todas as escolas, facilitaria muito os diretores das escolas.