Repórteres do Mundo

Jovens pró-vida e árabes-americanos ao lado de Trump e o peso do trabalho dos imigrantes nos EUA

O apoio dos árabes-americanos a Donald Trump, os jovens católicos, contra o aborto, que vão votar no candidato democrata mesmo não confiando nele e um empresário que percebeu a importância que o trabalho dos imigrantes têm nos EUA são as propostas do Repórteres do Mundo.

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São jovens, a maioria católicos, e vão votar pela primeira vez. Juntam-se nas ruas de Detroit em campanha pelos republicanos, mas os slogans das camisolas só anunciam uma geração pró-vida.

Não andam de porta em porta a proclamar a sua fé, mas as suas opiniões sobre o aborto. Admitem as dúvidas quanto às políticas de Donald Trump, mas garantem estar a escolher "o menor de dois males".

“Não confio totalmente nele (Donald Trump). Mas também sei que ele não vai mudar completamente de lado e decidir apoiar o aborto. Sei que não é tão extremista como Kamala Harris e Tim Walz.”

“Sem imigrantes, não tenho negócio”

John Rosenow não queria contratar imigrantes, achava que lhe iam trazer problemas. Mas o maior problema acabou por ser não ter quem trabalhasse na sua exploração agrícola. Para não perder o negócio de uma vida, John acabou por ceder e agora só tem trabalhadores imigrantes.

O norte-americano do Wisconsin produz 20 mil litros de leite por dia e lembra que em todo o país: “80 a 90% do leite é ordenhado por imigrantes.”

O debate sobre a imigração foi um dos mais quentes da campanha. Trump responsabilizou os democratas pelo aumento da imigração e prometeu expulsar os ilegais. Mas será que os Estados Unidos não dependem do trabalho destas pessoas?

Atualmente, há pelo menos 32 milhões de trabalhadores imigrantes, são cerca de um quinto da força de trabalho do país.

Porque estão os árabes-americanos a escolher Trump?

Hamtramck, no Michigan, é a única cidade de maioria muçulmana nos Estados Unidos. Há 4 anos, o mayor Amer Ghalib apoiou os democratas, hoje a escolha é outra.

A guerra no Médio Oriente é a razão mais recente, mas não é a única. Muitos árabes-americanos sentem-se abandonados pelos democratas e mudam o voto, mesmo que a alternativa seja o candidato que lhes chamou terroristas ou afirmou que os imigrantes "envenenam o país".

A América está cheia de contradições e esta é uma delas.