Nos Estados Unidos, a política de deportações em massa promovida pelo Presidente Donald Trump está a deixar os campos agrícolas sem trabalhadores. A consequência? Fruta a apodrecer nas árvores e agricultores em falência.
Em Nova Jérsia, nos Estados Unidos, as ameixas estão maduras e prontas para serem colhidas. Mas há cada vez menos mãos para o fazer. Os trabalhadores com vistos temporários ainda garantem parte da colheita, mas muitos outros, sem documentos, têm medo de aparecer.
Kurt Alstede é proprietário de uma exploração agrícola em que os imigrantes são a maioria dos trabalhadores. Conseguiu renovar os vistos, mas fala de um processo caro e burocrático.
"São um pesadelo regulatório, mas é a única forma de um negócio agrícola sazonal sobreviver hoje em dia."
Estima-se que 42% dos trabalhadores agrícolas nos EUA estejam em situação ilegal. O medo de serem detidos está a afastá-los dos campos, e os agricultores avisam que sem mão-de-obra estrangeira, a produção agrícola fica em risco.
"Para continuarmos a ser o celeiro do mundo, precisamos de mão-de-obra suficiente. E para isso, precisamos de trabalhadores vindos do estrangeiro."
A proposta de alguns congressistas republicanos de obrigar americanos desempregados a trabalhar nos campos não convence os agricultores. A realidade é que não há pessoas suficientes em idade ativa para dar resposta às necessidades da agricultura.
O alerta dos agricultores é claro: menos fruta colhida significa preços mais altos para os consumidores.
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