Apesar de pouco frequente, o cancro do testículo é o tumor sólido mais frequente no homem jovem. Por ano há cerca de 300 casos em Portugal. Afeta sobretudo a faixa etária dos 15 aos 40 anos.
Um grupo de doentes recuperados quer formar a primeira associação do país, na tentativa de alertar os mais novos para a importância do autoexame.
Aos 28 anos, Luís Nobre recebeu o diagnóstico. De início desvalorizou um inchaço no testículo esquerdo, mas a perda de peso e cansaço extremo levaram-no ao médico. Fez uma cirurgia e 9 meses de quimioterapia e quer agora ajudar na divulgação desta doença, sabendo que muitos jovens se sentem constrangidos a falar sobre o tema.
La Fuente de Carvalho, diretor do serviço de urulogia do hospital de Santo António, diz que chegam frequentemente casos avançados da doença ao serviço, porque os doentes não valorizam as alterações no testículo, por desconhecimento ou vergonha em partilhar essas preocupações.
O hospital de Santo António, no Porto, em parceria com o IPO do Porto, é centro de referência para o tratamento do cancro do testículo. Há um plano de tratamento multidisciplinar em que o doente é visto, operado e, se necessário, inicia tratamento num período de 3 semanas.
Se devidamente tratado, este tumor tem bom prognóstico mesmo em caso de doença avançada. A taxa de cura aos 5 anos ronda os 90%.