O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) confirmou hoje que foram diagnosticados novos casos de hepatite de origem desconhecida em crianças na Dinamarca, Irlanda e Holanda. Embora o organismo europeu não tenha detalhado o número de novos casos, estes mais recentes juntam-se aos 74 já notificado no Reino Unido e aos 3 diagnosticados em Espanha.
O ECDC também relata nove casos em crianças entre 1 e 6 anos de idade no Alabama (EUA).
Embora as causas destas inflamações graves do fígado ainda estejam a ser investigadas, a hipótese que está a ganhar mais força é a de uma infeção provocada por adenovírus.
“Atualmente, a causa exata da hepatite nessas crianças permanece desconhecida. A equipa de incidentes no Reino Unido, onde ocorreu, até o momento, a maioria dos casos, considera que o mais provável é ter uma causa infeciosa, tendo em conta as características clínicas e epidemiológicas dos casos sob investigação”.
Reino Unido deu o alarme no final de março
Foi o Reino Unido que deu o alarme no final de março ao relatar um aumento no número de casos de hepatite infantil de origem desconhecida na Escócia.
Aos casos escoceses juntaram-se nos dias seguintes dezenas de casos em Inglaterra e também no País de Gales. A maioria das crianças afetadas tem entre 2 e 5 anos de idade, embora a doença também tenha sido detetada em crianças mais novas e mais velhas.
Até ao momento estão identificados no Reino Unido 74 casos.
Espanha deteta três casos de hepatite infantil desconhecida
Os casos foram identificados em crianças entre os 2 e os 7 anos, em Madrid, Aragão e Castela-La Mancha e Aragão.
Os pacientes estão internados no Hospital Universitário La Paz, em Madrid.
Segundo o jornal El Mundo, uma das crianças teve de ser submetida a um transplante de fígado, mas todos estão a evoluir favoravelmente.
Sintomas da doença:
- dor abdominal e vómitos;
- icterícia;
- coloração escura da urina;
- acolia (falta de secreção biliar).
A hepatite é uma doença rara em crianças que causa inflamação no fígado que pode afetar as funções desse órgão. Em menores, a causa mais comum é infecciosa, e dentro desta, a infeção por vírus.
A principal medida preventiva para evitar infeções pelo vírus é a lavagem frequente das mãos, cobrir a boca quando se tosse com a parte interna do cotovelo e o uso de lenços descartáveis.
Não há relação com a vacina contra a covid-19
Os especialistas estão convencidos de que a causa da doença não está relacionada com a vacina contra a covid-19, já que nenhum dos afetados no Reino Unido recebeu essa imunização.
As investigações em laboratório excluíram hepatites virais dos tipos A, B, C, D e E em todos os casos.
“Dos 13 casos relatados pela Escócia para os quais informações detalhadas estão disponíveis sobre testes, três deram positivo para infeção por SARS-CoV-2, cinco deram negativo e dois foram documentados como tendo uma infeção nos três meses anteriores. Onze desses 13 casos tiveram resultados para testes de adenovírus e cinco deram positivo”, segundo o ECDC.