A “tripledemia” está a pressionar os serviços hospitalares na Europa. As causas? Os vírus respiratórios, nomeadamente, a gripe, covid-19 e o sincicial respiratório, numa altura em que se avizinha o inverno. As urgências pediátricas têm estado com congestionamentos e o vírus sincicial poderá estar na origem deste problema. Em Portugal, há mais de 170 crianças hospitalizadas, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças.
Descoberto em 1956, o vírus sincicial é a causa mais comum de doença respiratória em crianças até aos 5 anos de idade. No entanto, poderá afetar pessoas de todas as idades e há possibilidade de ocorrer reinfeção. Habitualmente, os sintomas provocados pelo vírus sincicial respiratório diminuem de gravidade após a terceira reinfeção.
De acordo com o site do SNS, os grupos mais vulneráveis são os recém-nascidos e lactentes (com menos de 6 meses), bebés prematuros, crianças com doenças cardíacas, pulmonares ou neuromusculares congénitas, crianças imunocomprometidas e idosos.
Como se trata de um vírus respiratório, os sintomas são idênticos aos de uma gripe. Assim, os mais comuns são tosse, secreções nasais e oculares, febre e dificuldade em respirar.
Os diagnósticos associados ao vírus sincicial respiratório são mais comumente bronquiolite, traqueobronquite, pneumonia viral, conjuntivite e otite média aguda.
O vírus sincicial respiratório não é fácil de diagnosticar, na maior parte dos casos é necessário proceder a um teste laboratorial, através de uma colheita de secreções nasais.
Em Portugal, os surtos por vírus sincicial ocorrem tipicamente nos meses de outubro, novembro, abril ou maio. Todavia, está a assistir-se a um retorno de transmissão fora dos períodos habituais, devido às medidas impostas durante a pandemia.
Tal como acontece com a gripe e a covid-19, a contração do vírus pode acontecer após um contacto com algo ou alguém já contaminado com o VSR ou através do ar, daí ser considerado um vírus muito contagioso.
O período de incubação do vírus varia entre 2 e 8 dias.
A prevenção da transmissão de infeções é semelhante a outros vírus e aconselha-se a lavagem das mãos, etiqueta respiratória e evitar a exposição ao tabaco e outros fumos.
Contrariamente ao que se verifica com a gripe e com a covid-19, no caso do vírus sincicial respiratório não há uma vacina comercializada.