Saúde e Bem-estar

Calor em Portugal: redução do preço da eletricidade "pode promover a saúde" em Portugal

Tiago Correia, comentador e professor de saúde internacional, analisa e comenta os efeitos do aumento da temperatura global e de que forma Portugal está preparado para lidar com esta situação.

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Foi emitido o aviso vermelho, devido às temperaturas elevadas, em sete distritos portugueses - Bragança, Viseu, Guarda, Vila Real, Santarém, Castelo Branco e Coimbra. Os restantes distritos estão sob aviso laranja, à exceção de faro que está sob aviso amarelo. Tiago Correia, comentador da SIC e professor de saúde internacional, explica como o aumento do número de vagas de calor afeta a saúde da população portuguesa.

Tiago Correia começa por referir que não se pode "desconsiderar" o aumento do número de vagas de calor que atingem o país, que no passado não eram tão frequentes.

O aumento súbito da temperatura provoca ondas de calor no verão e no inverno chuvas mais intensas e ventos fortes.

"É importante não desconsiderar estes acontecimentos apesar de no passado haver calor. Não é apenas calor, são ondas de calor com estas alterações súbitas. Alterações repentinas e muito significativas na temperatura, neste caso ondas de calor, mas também acontecem com ondas de frio", declara.

Os sinais de alerta "que não devem ser menosprezados"

O comentador diz que estas alterações são “difíceis para o organismo se conseguir adaptar”, uma vez que colocam os órgãos sobre uma sobre uma maior pressão, motivo que torna essencial ter especial atenção às crianças, aos idosos e aos doentes crónicos que sofrem de doenças cardiovasculares e doenças respiratórias.

Todas as pessoas que pertençem a este grupo de risco, bem como eventuais cuidadores, devem ter atenção aos seguintes sinais de alerta, "que não devem ser menosprezados": fadiga, confusão, prostração, náuseas e cãibras.

Para tentar prevenir estas situações é essencial garantir a hidratação e evitar exposição solar durante os períodos de maior calor (entre as 11:00 e as 17:00).

"As pessoas, sempre que possível, devem adotar comportamentos preventivos", aconselha o professor, que recomenda ainda uma visita ao site da Direção Geral de Saúde, onde estão descritas todas as recomendações acerca desta matéria.

Habitações portuguesas não estão preparadas para temperaturas extremas

Uma discussão "que não pode ser dissociada destas recomendações" é a habitação em Portugal, isto porque muitas casas não têm condições para lidar com as altas temperaturas.

"As pessoas não se podem esquecer de uma coisa que se chama pobreza energética. As pessoas não têm dinheiro para aquecer e arrefecer as suas casas devido ao custa da eletricidade e, além disso, a baixos rendimentos. As estimativas que temos em Portugal são preocupantes: Portugal é quinto país da União Europeia em maior risco de pobreza energética e estamos a falar de um universo de pessoas que pode ir até aos três milhões de portugueses, e isso significa que não são só as pessoas mais pobres", esclarece.

Para combater esta problemática, Tiago Correia garante que é essencial assegurar a redução do preço da eletricidade, em especial em momentos de pico de calor. Com uma conta da eletricidade mais reduzida, os portugueses podem combater o calor mais eficazmente, através de equipamentos como o ar condicionado e as ventoinhas.