A Ordem dos Médicos critica as novas regras da emissão de baixas que podem agora ser passadas nas urgências. Fala numa sobrecarga ainda maior dos médicos destes serviços e contesta a exclusão de doentes com pulseira azul ou verde.
Desde sexta-feira já é possível receber uma baixa médica nos serviços de urgência.
A medida foi justificada pelo Ministério da Saúde com a necessidade de desburocratizar o SNS e facilitar a vida dos utentes.
Mas a Ordem dos Médicos considera que revela apenas desorientação e fala numa sobrecarga ainda maior destes serviços.
Os doentes com pulseira azul ou verde ficam de fora e não podem sair da urgência do SNS com uma baixa.
Uma orientação que também merece críticas.
A Ordem dos Médicos fala numa confusão de conceitos , entre a Triagem de Manchester que define a prioridade de atendimento e a baixa, atribuída após um diagnóstico médico.
E o bastonário dá um exemplo prático.
“Um doente com infeção respiratória que chegue à urgência com febre recebe pulseira laranja e um doente que tenha tomado um antipirético e chegue sem febre, recebe pulseira verde. Mas a gravidade da doença pode até ser a mesma”, diz Carlos Cortes.
A ordem dos médicos critica ainda a diferença de critérios para o setor privado, que também passou a poder passar baixas. Mas neste caso é independente da pulseira atribuída na triagem da urgência.
Até agora os doentes tinham de se dirigir ao médico de família para que fosse emitido o certificado de incapacidade temporária.
Essa emissão é agora feita numa plataforma dos serviços do SNS comum a todas as unidades de saúde articuladas com a Segurança Social.