Saúde e Bem-estar

Exclusivo Online

Covid-19: variante KP.3 poderá justificar "acentuado aumento de casos" em Portugal

O número de casos de covid-19 tem vindo a disparar em Portugal, com uma média diária de 12 óbitos e perto de 400 novos casos. A variante KP.3 poderá justificar "o acentuado aumento de casos a partir de maio de 2024", uma vez que essa subida "se verificou antes das festas populares que ocorreram no passado mês de junho", explicou ao site da SIC Notícias João Paulo Gomes, do INSA.

Covid-19: variante KP.3 poderá justificar "acentuado aumento de casos" em Portugal
Canva

Se a covid-19 já era um assunto do passado para muitas pessoas, agora, parece que vai voltar a ser um tema mais recorrente. Junto às festividades e aos meses de calor, veio também, com maior expressividade, o vírus. Um acontecimento expectável, segundo os especialistas, sobretudo por ser uma altura onde há mais convívios, como é o caso do Europeu de Futebol.

Em Portugal, o número de óbitos é de “aproximadamente 12 por dia”, o que representa “um grande aumento relativamente há um mês”, em que se registavam cerca de três mortes diárias, explicou, à Agência Lusa, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes.

“Neste momento, as pessoas que testam positivo para covid e estão internadas, um pouco mais de metade têm mais de 60 anos” e cerca de 24% mais de 80 anos, disse, apontando que, eventualmente, é nesta faixa etária que está a ocorrer a maior parte dos óbitos devido a terem várias doenças.

Novas linhagens do vírus

À semelhança dos Estados Unidos, a variante KP.3 tem aumentado a sua frequência em Portugal, estimando-se que ultrapasse já os 50% dos casos diagnosticados, de acordo com o último relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

"A KP.3 poderá (é apenas uma hipótese) ter características que favoreçam a sua maior transmissibilidade, sendo atualmente designada pelo ECDC como uma sublinhagem sob monitorização atenta", explicou, à SIC Notícias, o responsável do Núcleo de Genómica e Bioinformática do Departamento de Doenças Infeciosas do INSA, João Paulo Gomes.

Eventualmente, a sublinhagem KP.3 poderá ainda justificar "o acentuado aumento de casos de covid-19 que ocorreram a partir de maio de 2024", uma vez que essa subida "se verificou antes das festas populares que ocorreram no passado mês de junho", acrescentou João Paulo Gomes.

"Praticamente já não temos proteção contra estas novas linhagens do vírus", nomeadamente a KP.1, KP.2 e KP.3, que têm “uma série de descendentes” e são dominantes, neste momento, na Europa e na América, explicou, à Lusa, Manuel Carmo Gomes.

“Todos temos anticorpos a circular no corpo porque já fomos vacinados e fomos infetados, etc., mas estas linhagens têm capacidade de fugir a estes anticorpos”, salientou.

Quais são os sintomas da KP.3?

Segundo o que a porta-voz do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), Rosa Norman, explicou ao jornal norte-americano USA Today, os infetados podem manifestar os seguintes sintomas:

  • Febre ou calafrios
  • Tosse
  • Dor de garganta
  • Congestão ou nariz escorrendo
  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Dificuldade em respirar
  • Fadiga
  • Perda do olfato e/ou paladar
  • Sintomas gastrointestinais (diarreia e vómitos)

No dia 14 de junho, Portugal teve o pior dia do ano em termos de novos casos de covid-19, com mais de 600 novas infeções em apenas 24 horas. São números que não se registavam desde agosto do ano passado. As autoridades de saúde estão atentas, mas para já, segundos os especialistas, não há motivo para alarme.

A diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, recordou, na semana passada, a importância dos cidadãos manterem as “boas práticas” para evitar o contágio, em particular o uso de máscara em caso de sintomas, apelando, ainda, a que nestes casos se mantenha o distanciamento físico.