A Unidade Local de Saúde de São José, de que faz parte a Maternidade Alfredo da Costa (MAC), confirmou à SIC que a carta foi entregue e a demissão foi aceite no início da semana passada.
No entanto, só esta quarta-feira foi revelado, pela rádio Renascença, que o responsável pelo serviço de ginecologia e obstetrícia deixou o cargo. A ministra da Saúde soube da saída quando participava numa inauguração em Tondela.
“Sobre essa matéria, tanto quanto eu sei, foi aqui também que fui informada, a Unidade Local de Saúde de São José já fez um comunicado”, diz Ana Paula Martins.
No comunicado, a administração agradece “o trabalho de Carlos Marques” e adianta que o médico “continuará a exercer funções como especialista nos quadros da maternidade".
A SIC contactou o médico, que disse que não estava autorizado a prestar declarações, e pediu esclarecimentos à administração, que emitiu um segundo comunicado a garantir que a maternidade está a funcionar sem constrangimentos e já procura um substituto para o cargo.
A Maternidade Alfredo da Costa tem servido de retaguarda aos hospitais de Lisboa e Vale do Tejo que encerraram Urgências. A carta de demissão foi entregue a 12 de agosto, o mesmo dia em que a maternidade fez 25 partos, o número mais alto dos últimos 11 anos. No dia seguinte, a presidente do conselho de administração aceitou a demissão e alertou que a situação se estava a tornar insustentável.
“Este esforço não pode ser contínuo, porque os profissionais não aguentam. 60% das mulheres que estamos a atender são de fora da área de Lisboa (...) há grande número da margem sul, mas também de outros distritos que vêm parir à MAC”, disse Rosa Valente Matos, Presidente da Administração das ULS São José /MAC a 13 de agosto.
O Governo garante que a Obstetrícia vai ser o primeiro serviço a ser reorganizado.
“Vamos fazê-lo nos próximos meses, temos uma comissão, é mais uma comissão é verdade, nomeada para esse efeito e vamos com as várias medidas que até meados de setembro serão as primeiras a nos serem apresentadas” explicou Ana Paula Martins, ministra da Saúde
Enquanto essa reorganização não é posta em prática, algumas urgências de obstetrícia continuam a fechar portas por falta de médicos. Esta quinta-feira, está previsto o encerramento dos serviços de Setúbal, do Barreiro, das Caldas da Rainha e de Portimão.