Saúde e Bem-estar

Pouco se sabe sobre a nova variante do mpox: "Continuamos a trabalhar às cegas"

A transmissão está a acontecer rapidamente em campos de refugiados, no leste da República Democrática do Congo. Já foram registados, ao longo do ano, 18 mil casos suspeitos e 615 mortos. O vírus já chegou à Europa.

Mpox
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Irritação cutânea, febre, dores musculares ou garganta arranhada. São os mais comuns sintomas da mpox, o novo nome da conhecida varíola dos macacos, mas desta pouco se sabe.

"Continuamos a trabalhar às cegas em África. Não temos o conhecimento necessário sobre a história natural da mpox, sobre as dinâmicas da transmissão e os fatores de risco", explica Dimie Ogoina, do Comité de Emergência da OMS.

A transmissão está a acontecer rapidamente em campos de refugiados, no leste da República Democrática do Congo. Já foram registados, ao longo do ano, 18 mil casos suspeitos e 615 mortos.

Variante 2B já foi detetada na Europa

O país está a passar por dois surtos das duas variantes do vírus, uma delas mais preocupante. A variante 2B tem uma mutação que se adaptou a humanos e acelera a evolução do vírus.

Já foi detetada na Suécia e na Tailândia, ambos os casos de pessoas que tinham estado em África.

Como o vírus é transmitido? E como controlá-lo?

A transmissão acontece por toque na pele, por contacto próximo, o que explica porque haja tantas crianças infetadas no Congo. Mas a principal via é a sexual.

Para já, a melhor forma para controlo de uma doença contagiosa é identificar o caso e os contatos, seguido de vacinar e garantir tratamento profilático.

Comissão Europeia pede ajuda aos países da UE

Na semana passada, a comissária europeia da Saúde apelou aos Estados-membros para que ajudem os países africanos mais afetados a controlar os surtos, antes que o problema se torne global.

A médio prazo, a União Africana vai receber apoio para que seja as vacinas sejam produzidas no continente.

No imediato, a Alemanha vai dar quase todas as suas reservas de vacinas contra o mpox: são 118 mil doses que estarão disponíveis.

França também enviar 100 mil doses, enquanto abre mais de 200 centros de vacinação.

Portugal ainda está a avaliar stocks da vacina Jynneos, para depois decidir se ajuda África.