É uma técnica inovadora feita por endoscopia. As mãos estão treinadas e desde abril contam com a ajuda preciosa da tecnologia para ver com maior detalhe as diferentes estruturas anatómicas.
Esta pequena incisão junto à axila serve como porta única de acesso à mama e os cirurgiões oncológicos são guiados por uma câmara de filmar para retirar o tecido mamário poupando vasos e nervos.
“Nós conseguimos ver as imagens do interior da glândula mamária aumentada cerca de oitos vezes, e portanto conseguimos distinguir melhor o que é tecido mamário do que não é, portanto conseguimos fazer a operação mais bem feita. Por outro lado conseguimos fazer uma operação que faziam com uma incisão de cerca de 10 centímetros, conseguimos fazer com cerca de 2 centímetros e meio”, explica José Luís Fougo, diretor do centro da mama do hospital de S.João
Na mesma operação é feita a reconstrução mamária com a colocação de uma prótese. Além de tratar o cancro, este procedimento, feito no centro da mama do Hospital de S. João, no Porto, garante um resultado mais estético e reduz os estigmas da cirurgia.
Em Portugal todos os anos são diagnosticados cerca de 9 mil novos casos de cancro da mama, mas nem todos podem beneficiar desta técnica.
Cicatriz tem apenas dois centímetros e meio
Uma semana depois de ser operada, Ermelinda Silva prepara-se para regressar a casa. Aos 56 anos fez uma cirurgia às duas mamas para tratar um cancro
“Eu tenho o chamado cancro genético. No exame de rotina surgiu-me um tumor na mama esquerda. Como eu tenho um risco elevado de cancro de mama não queria estar a passar por esta situação duas vezes de ir ao bloco. E psicologicamente também dá um desgaste muito grande”, conta Ermelinda Silva, doente operada.
Pequena é a cicatriz que fica junto das axilas tem apenas dois centímetros e meio. Ao contrário da mastectomia convencional em que os pontos são dados na mama. Esta técnica é menos invasiva, preservando a sensibilidade da pele e do mamilo.
Esta técnica inovadora é usada no tratamento do cancro da mama e na redução do risco em mulheres com mutações genéticas.
O Centro de Mama do Hospital de S. João é o único no Serviço Nacional de Saúde (SNS) com certificação de Qualidade de Clínica de Excelência atribuída pela Sociedade Europeia de especialistas em cancro da mama.