Quem tem centenários na família, terá maior probabilidade de viver para lá dos 100 anos e a resposta está nos genes. O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde descobriu que há 35 genes associados à longevidade e que, no caso dos centenários, não sofrem mutações, o que significa que a função não é afetada.
“Conseguimos perceber que os centenários estavam enriquecidos nestes 35 genes que parecem estar imaculados, ou seja, livres da acumulação de mutações. E o interessante é que estes genes têm um papel fundamental na regulação, por exemplo, da energia na célula, na manutenção de um proteoma saudável nas mitocôndrias e, portanto, seja uma das razões pelas quais os centenários vivem mais e melhor”, explica José Pedro Castro, investigador do instituto de Investigação e Inovação em Saúde
Ao longo de 4 anos, o bioinformático José Pedro Castro estudou os dados de quase 340 centenários e mais de 900 descendentes diretos. E comparou-os com um grupo de controlo de 420 pessoas que morreram antes dos 90 anos. Tudo indica que estes genes resistentes passam de pais para filhos.
“Nós percebemos que além desta nova arquitetura genética, percebemos que isto é passado á descendia, quer com isto dizer que descendentes diretos de centenários têm maior probabilidade, embora estejam protegidos numa magnitude inferior aos progenitores, mas ainda assim têm maior relativamente aos não centenários”, diz José Pedro Castro.
No final de 2023, Portugal tinha 3149 pessoas com mais de cem anos, o número mais alto de sempre. Mas qual é afinal o papel do estilo de vida neste processo complexo que é o envelhecimento? Muito importante, mas a genética parece ocupar o 1º lugar do pódio.
Com estes novos dados, o estudo feito em parceria com a Universidade de Harvard pode abrir caminho para o desenvolvimento de fármacos que promovam o envelhecimento saudável.