A Sociedade Portuguesa de Diabetologia está preocupada com a falta de dados sobre o número de diabéticos tipo 1. Alerta que sem registos não é possível tomar decisões estratégicas que ajudem na prevenção e nos tratamentos.
Mais de um milhão de pessoas vivem com diabetes tipo 2, das quais 900 mil estão em tratamento, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Diabetologia. Bem mais complicadas de fazer são as contas para apurar os números de diabetes tipo 1.
"Andamos entre números que falam entre 30 mil e 80 mil pessoas com diabetes tipo 1. Todos nós conseguimos perceber que isto não é realista e que não se conseguem tomar decisões com base nesses números", afirma João Raposo, presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia.
No manifesto publicado, é pedido mais investimento para que todos os casos fiquem registados o mais cedo possível. Ao contrário das situações de diabetes tipo 2, seguidas tendencialmente nos cuidados de saúde primários, os casos de diabetes tipo 1 variam mais.
"A maior parte das pessoas com diabetes 1 são acompanhadas em estruturas diferenciadas em termos hospitalares, portanto, ou são acompanhados na pediatria ou são acompanhados naendocrinologia ou na medicina interna. Infelizmente, a codificação em termos hospitalares está muito aperfeiçoada quando as pessoas são internadas, mas está muito pouco aperfeiçoada quando estamos em ambiente ambulatório e em ambiente de consultas. Depois ainda pior: os dois sistemas de codificação entre aquilo que acontece nos cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares não estão emparelhados."
Pede-se também uma maior aposta na prevenção para inverter a tendência de aumento dos números.
Para a Sociedade Portuguesa de Diabetologia, as autarquias e as escolas podem ter um papel central no desenvolvimento da atividade física e da alimentação saudável.