Hepatites atípicas em crianças: especialista diz que transplante de fígado é raro

A pediatra gastroenterologista Cristina Gonçalves em entrevista à SIC Notícias.

A pediatra gastroenterologista do Hospital Dona Estefânia, Cristina Gonçalves, explica que o risco de ser necessário um transplante de fígado em crianças com hepatite atípica é raro.

“A grande maioria das hepatites que nós temos nunca chegam a esta fase”, afirmou a especialista em entrevista à SIC Notícias.

Adenovírus, será esta a causa das hepatites atípicas nas crianças?

As autoridades de saúde do Reino Unido estão a investigar uma possível ligação entre os casos de hepatite aguda em crianças com o adenovírus, um vírus detetado em pelo menos 75% dos casos reportados.

Desde o início do ano, 169 crianças com menos de 10 anos foram diagnosticadas com hepatites agudas na Europa e nos Estados Unidos. Uma criança morreu e pelo menos 17 precisaram de transplantes hepáticos.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS QUE APRESENTAM?

dor abdominal e vómitos;
icterícia;
coloração escura da urina;
acolia (falta de secreção biliar).

A hepatite é uma doença rara em crianças que causa inflamação no fígado que pode afetar as funções desse órgão. Em menores, a causa mais comum é infecciosa, e dentro desta, a infeção por vírus.

A principal medida preventiva para evitar infeções pelo vírus é a lavagem frequente das mãos, cobrir a boca quando se tosse com a parte interna do cotovelo e o uso de lenços descartáveis.

O QUE PODE ESTAR NA ORIGEM DESTES CASOS?

Os cientistas acreditam agora que os casos de hepatite podem estar a ser provocados por um vírus comum em seres humanos, o adenovírus, que voltou a circular após a eliminação das restrições associadas à pandemia.

Segundo a DGS, estima-se que cerca de 5% a 6% das infeções respiratórias na população são provocadas por adenovírus, sendo mais frequentes no final do inverno, na primavera e no início do verão.