O ministro da Administração Interna dá início ao discurso de encerramento do debate sobre o Estado da Nação que já ultrapassou as quatro horas, começando por destacar que uma "clara maioria" dos portugueses continua a preferir estabilidade, reformismo e ponderação ao aventureirismo, imobilismo, demagogia e extremismo político, sobretudo numa conjuntura internacional marcada pela imprevisibilidade.
José Luís Carneiro retomou o tema da estabilidade política na parte final da sua intervenção, período em que atacou setores que não respeitam o voto popular e tentam "desesperadamente" interromper a legislatura, contrapondo que "há boas razões para confiar no futuro".
"A estabilidade desta maioria política já mostrou que, mesmo face à imprevisibilidade provocada pela guerra, tem capacidade para proteger as empresas e as famílias, para continuar o esforço de crescimento da economia e de valorização dos salários, para modernizar a sociedade e os serviços públicos, para qualificar a vida democrática e fazer de Portugal um exemplo da nova economia e das sociedades abertas e democráticas", disse.
Numa alusão aos desafios que se colocam ao país, o ministro assinalou que a recuperação da confiança, "depois da imposição de uma austeridade descontrolada, foi um caminho lento e difícil".
Um caminho seguido desde novembro de 2015 "para recuperar salários e rendimentos, para garantir e reerguer serviços públicos, para ganhar a confiança no sistema financeiro e para reforçar a confiança na democracia".
Perante os deputados, José Luís Carneiro advogou que muitos dos portugueses que emigraram, "infelizmente até incentivados a fazê-lo, voltaram a confiar e têm vindo a regressar." E, por outro lado, pelos seus dados, a imigração contribuiu para um saldo líquido de 1500 milhões de euros para a Segurança Social.
Registou-se mesmo, na sua perspetiva, um aumento de novos residentes em território nacional provenientes de países "considerados mais avançados".
"Do Reino Unido eram, em 2022, mais de 45 mil; da Alemanha, mais de 20 mil; da Itália, mais de 34 mil; franceses, mais de 27 mil; mais de dez mil americanos e mais de 1500 canadianos. Todos fonte de riqueza, diversidade e de abertura de Portugal ao mundo. Tem a ver com a nossa qualidade de vida e com o facto de continuarmos a estar entre os cinco países mais pacíficos da Europa e os sete mais pacíficos do mundo", defendeu.
O ministro da Administração Interna realçou a seguir o "acolhimento aos mais de 56 mil cidadãos provenientes da Ucrânia e, entre eles, mais de 14 mil menores".
"A confiança no nosso país tem permitido que, entre 2015 e 2022, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) tenha sido dez vezes superior ao dos 15 anos anteriores e que as exportações tenham alcançado mais de 50% do PIB. Hoje, com 33% de bens e com 18% de serviços. Afinal, aquele paradigma que levou a tantas teses e a tantos discursos sobre os bens transacionáveis tem agora concretização com o Governo do primeiro-ministro António Costa. Ironia das ironias", comentou.
No seu discurso, José Luís Carneiro atribuiu ainda ao Governo " legado de sustentabilidade" com a redução do défice e da dívida, o combate às desigualdades, o crescimento dos salários - "desde 2015 o salário mínimo nacional teve um aumento de 50%, o salário médio aumentou 26% e o dos jovens 44%" - e a aposta na escola como "fator de igualdade, autonomia, cidadania e desenvolvimento".
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