O anúncio foi feito ao início da tarde desta quarta-feira pelo Governo, tendo o primeiro-ministro informado ainda ontem, dia 22 de março, o Presidente da República sobre a estrutura orgânica do XXIII Governo Constitucional.
“O Executivo terá 17 ministros e 38 secretários de Estado (menos 20% de governantes do que no Executivo precedente)“, lê-se no comunicado partilhado no site do Governo e antes de ser entregue ao chefe de Estado a lista com os nomes dos 55 novos governantes.
O primeiro-ministro António Costa confirma também que decidiu avançar “com a concentração de ministérios num só espaço físico”.
Essa mudança de casa acontecerá até ao final deste ano e o novo quartel-general do Executivo vai ser a atual sede da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa.
“Os ministérios com responsabilidade direta na execução do Plano de Recuperação e Resiliência [PPR] serão os primeiros a concentrar-se (…) na atual sede da Caixa Geral de Depósitos – sob coordenação da Presidência do Conselho de Ministros“, destaca o comunicado.
Refere ainda o Governo que esta mudança “permitirá a redução de dezenas de cargos e serviços intermédios” e, acrescenta o primeiro-ministro, os secretários de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa e Assuntos Europeus ficarão “na sua direta dependência”.
Eis a lista dos 17 novos ministérios:
- Ministério da Presidência – três secretários de Estado (número mantém-se)
- Ministério dos Negócios Estrangeiros – três secretários de Estado (menos um)
- Ministério da Defesa Nacional – um secretário de Estado (menos um)
- Ministério da Administração Interna – dois secretários de Estado (número mantém-se)
- Ministério da Justiça – dois secretários de Estado (número mantém-se)
- Ministério das Finanças – três secretários de Estado (menos um)
- Ministro (a) Adjunto e dos Assuntos Parlamentares – dois secretários de Estado
- Ministério da Economia e do Mar – três secretários de Estado (menos dois se contabilizados os atuais três da pasta de Economia e um do atual Ministério do Mar – que vai ser extinto)
- Ministério da Cultura – um secretário de Estado (menos um)
- Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – um secretário de Estado (número mantém-se)
- Ministério da Educação – um secretário de Estado (menos dois)
- Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social – três secretários de Estado (menos um)
- Ministério da Saúde – dois secretários de Estado (número mantém-se)
- Ministério do Ambiente e Ação Climática – três secretários de Estado (menos um)
- Ministério das Infraestruturas e Habitação – dois secretários de Estado (menos um)
- Ministério da Coesão Territorial – dois secretários de Estado (número mantém-se)
- Ministério da Agricultura e da Alimentação – dois secretários de Estado (mais um)
Perante esta lista são de destacar a nova pasta de ministro (a) Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, a integração do Mar na pasta da Economia, representando menos um Ministério, e a pasta da Agricultura que passa a incluir também a Alimentação. Extintos foram aos Ministério do Mar, da Modernização do Estado e da Administração Pública, e o Ministério do Planeamento.
A tomada de posse do XXIII Governo Constitucional deverá acontecer na próxima semana, na tarde de dia 30 de março, segundo adiantou Marcelo Rebelo de Sousa.
Estrutura orgânica do XXIII Governo Constitucionalhttps://t.co/yqZlOuPYD8
— República Portuguesa (@govpt) March 23, 2022
Os nomes apontados para sair e para entrar
O atual ministro da Economia, Pedro Siza Vieira é apontado como uma das possíveis saídas, prevendo-se que seja substituto por António Costa e Silva. Outra saída será a do ministro Nelson de Souza, que tinha atualmente a pasta do Planeamento.
Outra saída será a de Augusto Santos Silva, nome que, tudo indica, será apontado pelo PS para a presidência da Assembleia da República. A pasta dos Negócios Estrangeiros passará então para João Gomes Cravinho, que sai da Defesa dando lugar a uma das possíveis caras novas do XXIII Governo, Helena Carreiras, atual presidente do Instituto de Defesa Nacional.
Ana Catarina Mendes que nos últimos tempos tem sido apontada para a pasta da Defesa, deverá ocupar o novo cargo de ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares e Duarte Cordeiro assumirá a pasta do Ambiente. Já João Pedro Matos Fernandes, atual ministro do Ambiente, deverá agora ocupar a nova pasta da Agricultura e da Alimentação, prevendo-se a saída de Maria do Céu Antunes.