Médicos e entidades de saúde unem-se contra o tabaco aquecido
Toru Hanai
As doze entidades que subscreveram um documento contra o tabaco aquecido garantem que não está provado que esses novos produtos sejam menos prejudiciais do que o cigarro convencional.
Afirmam não ter dúvidas sobre os malefícios do tabaco aquecido, devido às altas concentrações de substâncias nocivas e mostram-se “fortemente preocupadas” com o surgimento de novos produtos de tabaco e com “as alegações da indústria sobre o risco reduzido destes dispositivos”.
As doze entidades refutam os dados da indústria do tabaco segundo os quais há “uma redução de 90-95% na quantidade de substâncias nocivas e na toxidade dos PTA” e explicam que grande parte destas alegações se baseia em estudos “publicados pela própria indústria, em conflito de interesses evidentes”. Segundo especificam, nos seus estudos, “foram encontradas substâncias nocivas em altas concentrações”, como “material particulado, alcatrão, acetaldeído, acrilamida um metabolito da acroleína”. Além disso, revelam que estudos independentes encontraram concentrações mais elevadas de formaldeído em produtos de tabaco aquecido do que em cigarros convencionais.
Apesar de ainda ser cedo para tirar conclusões definitivas, os médicos dizem que resultados de exames clínicos a células não deixam dúvidas sobre os malefícios do tabaco aquecido.
Não devemos permitir que o debate em torno dos novos produtos do tabaco nos distraia do principal objetivo em questão”
Note-se que o consumo de tabaco está fortemente associado ao surgimento da doença oncológica.
“Não devemos permitir que o debate em torno dos novos produtos do tabaco nos distraia do principal objetivo em questão – promover medidas regulatórias que sabemos serem eficazes na redução do tabagismo e continuar a apoiar aqueles que desejem parar de fumar”, defendem os signatários.
Em todo o mundo há cerca de 7 milhões de consumidores de produtos de tabaco aquecido. Em Portugal, são cerca de 200 mil.
As sociedades médicas e científicas representadas nesta iniciativa “não recomendam a utilização de produtos de tabaco aquecido, alertam para os seus riscos e mantêm a firme convicção de que a melhor forma de salvaguardar a saúde humana é a prevenção da iniciação de qualquer forma de consumo e o apoio médico para cessação tabágica”.
Muitos fumadores optam por consumir estes produtos, em vez de parar de fumar; muitos adolescentes experimentam os cigarros eletrónicos antes de consumirem tabaco convencional e outras drogas”.
Os Produtos de Tabaco Aquecido (PTA) contêm outras substâncias muitas vezes aromatizadas. Um dos riscos existentes é o de os fumadores optarem por consumir estes produtos, em vez de parar de fumar, notam os especialistas.
Referindo também o aumento significativo do número de adolescentes que experimentam os cigarros eletrónicos, os signatários alertam para o risco de iniciação do tabaco convencional e de outras drogas
O documento onde é assumida esta posição conjunta, é assinado pelas seguintes entidades: Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar/Grupo de Estudo de Doenças Respiratórias, Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo, Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular, Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária, Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho, Sociedade Portuguesa de Oncologia, Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e Sociedade Portuguesa de Pediatria.
Em todo o mundo há cerca de 7 milhões de consumidores de produtos de tabaco aquecido. Em Portugal, são cerca de 200 mil.
06 maio 2019
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