Desenvolvido dispositivo que deteta “em poucos minutos” subtipo de cancro da mama
Trabalho de investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto.
Investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) desenvolveram um dispositivo colorimétrico em papel que, com recurso a uma gota de sangue, permite detetar “em poucos minutos” se o paciente tem determinado tipo de cancro de mama.
À Lusa, a investigadora do ISEP Mariana Pinto Sousa explicou esta quarta-feira que o dispositivo surgiu da necessidade de “fazer o rastreio do cancro da mama em poucos minutos”.
“Neste momento, temos imensas ferramentas para fazer o diagnóstico e rastreio, só que essas ferramentas acabam por ser morosas e até invasivas, como a mamografia, onde há sempre radiação envolvida”, disse.
Nesse sentido, os investigadores desenvolveram um dispositivo colorimétrico em papel, que, através de uma picada no dedo e com a gota de sangue recolhida, permite determinar se o paciente “tem ou não um determinado subtipo de cancro de mama”.
A correlação e distinção é feita tendo por base um biomarcador, nomeadamente “a proteína HER2 que quando está presente em grandes concentrações revela que a pessoa tem aquele subtipo de cancro”.
“Numa fase mais avançada podemos usar outros biomarcadores para fazer rastreio de outros subtipos de cancro”, esclareceu Mariana Pinto Sousa.
O objetivo é que a técnica, não invasiva e de deteção rápida, possa ser usada “em rastreios em massa” ou na monitorização de doentes oncológicos em consultas.
Segundo a investigadora, os resultados preliminares da utilização do dispositivo apontam para resultados em 10 minutos, sendo que neste momento o biossensor ainda está a ser testado “in vitro”.
Mariana Pinto Sousa adiantou que dentro de poucos meses a técnica vai começar a ser testada junto de doentes oncológicos, numa colaboração com o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.
Os testes vão ter por base amostras de líquido pleural dos doentes oncológicos, um fluido que os doentes acabam por adquirir numa fase mais avançada da doença e que se acumula nos pulmões.
“A partir do momento em que conseguimos fazer a deteção nesse líquido, conseguimos fazer em sangue, com a picada no dedo, porque os valores desse biomarcador no sangue são muito superiores aos valores nesse líquido”, acrescentou.
A técnica foi desenvolvida no âmbito do prémio Bolsa Rubina Barros, no valor de 10 mil euros, que visa apoiar jovens investigadores com trabalhos na área da oncologia.
Além de investigadores do grupo BioMark do ISEP, o biossensor foi desenvolvido em parceria com a LabMI e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).
09 março 2022
-
Cancro e longevidade em debate na SIC Notícias
O debate será transmitido no próximo dia 5 de abril, às 20h.31.03.2023 às 14h09
-
Consultas de oncologia ficam mais caras, segundo as novas tabelas da ADSE
As novas tabelas entraram em vigor no início de março.31.03.2023 às 13h42
-
IPO do Porto apela a uma dádiva de sangue mais regular durante o ano
O IPO do Porto necessita de componentes sanguíneos "seguros e eficazes", em quantidade suficiente para responder às necessidades transfusionais dos mais de dois mil doentes.27.03.2023 às 9h14
-
Fazer uma higiene oral adequada pode diminuir o risco de cancro
15 em cada 100 mil portugueses tem cancro oral, o sexto mais comum no mundo.23.03.2023 às 19h01
-
Cancro da próstata. Se tem mais de 50 anos saiba que deve fazer rastreio
Este é o alerta deixado pelos especialistas. Em Portugal são diagnosticados cerca de 4 mil casos de cancro da próstata por ano.23.03.2023 às 18h35
-
Má saúde oral está diretamente relacionada com 23 doenças e cinco tipos de cancros
A conclusão é de um estudo do centro de investigação da Egas Moniz School of Health and Science divulgado no Dia Mundial da Saúde Oral. Diabetes, obesidade e asma são algumas das doenças.20.03.2023 às 13h58
E Depois