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"Se os europeus com menos de 20 anos deixassem de fumar já amanhã, daqui a 50 anos a mortalidade por cancro reduziria para metade"

Quem o diz é o presidente da Organização de Institutos Europeus de Cancro (OECI) , Thierry Philip.

Cerca de 40% dos cancros poderiam ser evitáveis se não estivéssemos expostos a determinados fatores de risco. Combater o consumo de tabaco, de álcool e a má alimentação é meio caminho andado para reduzir o aparecimento de novos casos de cancro.

Os dados dizem que, na Europa, mais de 18% dos jovens acima dos 15 anos fuma diariamente. Segundo Thierry Philip, presidente da Organização de Institutos Europeus de Cancro, o tabaco é o maior problema. "Se os europeus com menos de 20 anos deixassem de fumar já amanhã, daqui a 50 anos a mortalidade por cancro reduziria para metade", sublinhou o especialista numa entrevista ao jornal espanhol, El País.

Embora tenha havido progressos desde os anos 50, na Europa, uma vez que o número de novos cancros do pulmão nos homens tem vindo a diminuir, nas mulheres tem aumentado porque "entre elas também tem aumentado o consumo de tabaco", alerta Thierry Philip.

De recordar que a prevenção é um dos pilares do Plano Europeu Contra o Cancro e é aí que os países deverão investir mais. Portugal tem intenção de seguir esta linha de ação, explanada nas propostas que fazem parte da Estratégia Nacional de Luta contra o Cancro e que se encontram em discussão pública até ao fim do mês (Pode participar na consulta pública AQUI e consultar algumas das propostas AQUI). Proibir a venda de tabaco a menores de 21 anos, aumentar o preço do produto em questão e regular os ingredientes presentes fazem parte das medidas a implementar.

Na mesma entrevista ao meio de comunicação espanhol, Thierry Philip põe ainda a tónica nas desigualdades no acesso ao tratamento que existem entre os diferentes países europeus. "Vemos que nos países da Europa de leste, por exemplo, a qualidade é diferente devido à falta de recursos económicos, medicamentos ou problemas organizacionais. Devemos focar-nos nesses países".

Segundo o especialista, para cada 5 milhões de pessoas deve haver um centro de cancro abrangente e uma rede de centros em torno dele, "para que os pacientes, não importa a porta em que batam, recebam o mesmo tipo de tratamento". Para o presidente da Organização de Institutos Europeus do Cancro a solução passa pela existência de transparência e de uma rede de relação entre países ricos e menos ricos para combater a desigualdade.

"O problema para a Europa não é passar de 80% de sobrevivência ao cancro infantil para 85%, só em França - o que também é importante –, mas sim garantir que qualquer criança na Europa tenha 80% de chance de ser curada. E esse ainda não é o caso", conclui.

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