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Cancro da mama. Novo projeto pretende rastrear de forma indolor e mais eficaz

Chama-se MammoScreen e promete revolucionar a forma como se faz o diagnóstico de cancro da mama

O projeto MammoScreen - financiado pelo Horizon Europe e aprovado pela Comissão Europeia - centra-se num novo dispositivo médico que trabalha à base de micro-ondas, de forma a responder às lacunas que foram identificadas na mamografia.

Mas quais são as lacunas que este método mais tradicional apresenta? A mamografia, ao ter radiação, não se pode fazer sempre que se quer ou que é preciso, tem uma taxa elevada de falsos positivos - o que traz ações médicas desnecessárias para confirmar o diagnóstico . Além disso, a mamografia como hoje a conhecemos não se pode fazer em mulheres jovens porque não trabalha em tecido mamário denso. “As mulheres jovens portadoras de mutação genética, com alto risco para cancro da mama, não podem fazer mamografia”, refere a presidente da EVITA (associação que integra o projeto), Tamara Milagre. Há, também, uma possível dor associada à mamografia, por vezes forte. “36% das mulheres recusam-se a fazer um rastreio regular de cancro da mama devido à dor que a mamografia pode proporcionar", sublinha a especialista.

Todas estas lacunas são abordadas e “solucionadas pelo projeto MamoScreen”, garante Tamara Milagre. Este novo dispositivo, como não utiliza radiação, pode ser utilizado em mulheres jovens, grávidas e as vezes que forem necessárias, além de ser mais barato em comparação com os métodos já existentes, sendo também fácil de instalar e de manusear.

Tamara Milagre, presidente da EVITA

Tamara Milagre, presidente da EVITA

Para a EVITA, fazer parte deste projeto é um reconhecimento a nível europeu. “É uma honra. Vamos também apoiar a ideia de tentar integrar no projeto um ou mais hospitais portugueses. Este aparelho tem que vir para Portugal porque com ele vai mudar tudo ao nível do rastreio global de cancro da mama”, diz Tamara Milagre.

Além da associação portuguesa, o projeto conta com mais três instituições de saúde italianas, uma britânica e uma espanhola.

O contrato será assinado no fim de novembro e pretende-se começar a implementar o projeto partir de dezembro. “Estamos motivados para tornar este mundo um lugar um pouco melhor”, conclui a presidente da associação.

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