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Cancro. Por ano, mais de 1 milhão de crianças em todo o mundo perdem as suas mães devido à doença

Só em 2020, 4.4 milhões de mulheres morreram por cancro, deixando os seus filhos orfãos de mãe. Esta é uma realidade que afeta, sobretudo, a Ásia e a África

Segundo um estudo da International Agency for Research of Cancer (IARC), apresentado no World Cancer Congress, em Genebra, na Suíça, que decorreu entre os dias 18 e 20 de outubro, a maioria dos órfãos (78%) deveu-se a mortes maternas antes dos 50 anos, que ocorreram na Ásia (49%) e África (35%), e foram devidas a cancro da mama (25%) e do colo do útero (18%).

Ao El País, meio de comunicação espanhol, Valerie McCormack, gerente da filial da IARC especializada em epidemiologia ambiental e de estilo de vida, diz que: “Esta é a primeira estimativa global do número de mães que deixaram crianças orfãs por morrerem de cancro. Nunca havia sido estimado porque cerca de 71% das mortes por esta doença, em todo o mundo, ocorrem aos 60 anos ou mais, quando a maioria dos filhos de pais falecidos já são adultos”

Não obstante, em países onde a população mais jovem representa a maioria, a idade do diagnóstico e da morte pode ser menor, o que implica que os filhos destas pessoas possam ser ainda crianças. Além disso, a especialista põe ainda a tónica na mortalidade elevada associada a esta doença nos países menos desenvolvidos. “Em todas as regiões do mundo as mortes por cancro entre 35 e 50 atingem mais as mulheres, devido à alta mortalidade de mama e colo do útero. Assim, são as mortes de mulheres de meia-idade que muitas vezes resultam em órfãos maternos."

A solução, segundo os especialistas, passará por aumentar a literacia em saúde e o acesso a cuidados no seio destas populações. No fundo, fazer com que as mulheres entendam que têm que fazer exames e cuidar delas próprias porque, se não o fizerem, não estarão apenas a colocar-se a si mesmas em risco, mas a todos os que estão ao seu redor (os filhos orfãos de mãe, nestes continentes, têm menor probabilidade de concluir os estudos e têm maior probabilidade de contrair doenças infecciosas e sofrer as consequências da desidratação, fome ou desnutrição).

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